A gestão da Cemig apresentou, na manhã desta sexta-feira (5), a proposta para a celebração do ACT 2021/2022. O sexto encontro em mesa resumiu o que vinha acontecendo nas reuniões anteriores: a gestão apresenta uma proposta que ataca os direitos dos aposentados – a quem chamam de custo pós-emprego –, estaciona os itens econômicos, impõe perdas aos últimos Acordos já firmados e orquestra um duro ataque aos sindicatos.
O superintendente Brunno Viana elencou os principais pontos da proposta, que ignora a maior parte da pauta dos trabalhadores, deixa diversos tópicos estagnados e impõe perdas ao restante das cláusulas. Em resumo: a gestão indica que não vai arcar com nenhum custo para aposentados (benefícios como o seguro de vida serão mantidos, porém o custeio será de 100% para os assistidos); os itens econômicos receberão apenas o reajuste pelo INPC; o transporte especial poderá ser totalmente extinto; o processo de eleições para os conselhos Deliberativo e Fiscal da Forluz será modificado e o pagamento de horas extras, além da verba para PCCR, reduzidos.
Ainda foi proposta uma quitação anual das dívidas trabalhistas da empresa. Frente às frustrantes propostas feitas pela gestão, mais um item estarreceu a todos nós e escancarou o objetivo de enfraquecer a resistência dos trabalhadores: a gestão propõe que apenas três representantes sindicais do Sindieletro sejam liberados — atualmente, somos oito. Foi proposto o limite de até cinco dirigentes para o Sindicato, com ônus para o Sindieletro.
Emerson Andrada, nosso coordenador-geral, pediu a palavra e relatou a indignação com a proposta recebida: “Ontem, fomos surpreendidos com a ameaça de corte de horas do diretor Fabão, por participar das reuniões de negociação. Os gerentes também terão suas horas cortadas por estarem aqui? Agora, vendo essa proposta, fica claro o cruel ataque à organização sindical. Na última negociação de ACT, em 2019, a Cemig propôs reduzir para seis liberados. Ficamos em oito. Agora, três? O nome disso é revanchismo. Revanchismo contra o discurso que as entidades sindicais fazem nas portarias e contra o debate feito na CPI da Cemig, que tem nosso apoio”, pontuou.
1ª reunião, 13/10: Gestão da Cemig realiza pior primeira reunião de todos os tempos
2ª reunião, 15/10: Zema tenta implementar política econômica de Paulo Guedes no nosso ACT
3ª reunião, 19/10: Gestão da Cemig não quer negociar NADA da pauta do ACT
4ª reunião, 20/10: Respostas inconclusivas, soluções vazias
5ª reunião, 27/10: Gestão da Cemig sinaliza prorrogação da data-base, mas não informa prazo
A agressividade no trato aos trabalhadores também foi colocada: “Quando a Cemig propõe se apropriar do PCCR de 1,2%, do valor de horas extras, das normas para as eleições da Forluz, é um grande ataque às capacidades da organização sindical de reagir à empresa. A proposta não dialoga com nada que discutimos durante cinco reuniões. É extremamente agressiva aos trabalhadores. Na minha concepção, é uma proposta que nasce morta”, completou.
O secretário-geral Jefferson Silva pontuou a conivência da gerência com as atitudes calculadas pela gestão Zemista para destruir a empresa: “Se vocês estão nessa posição, vocês não estão omissos. Vocês estão defendendo a visão de Romeu Zema. São capitães do mato, inimigos da categoria, defensores de um governo que está destruindo essa empresa”, disse. “No contexto geral da proposta, vocês estão tentando fazer a gestão da direção sindical. O que está tentando ser implementado aqui é um projeto de morte e de ódio de classe. A intencionalidade por trás da gestão da Cemig é muito desumana, e isso vai ficar marcado na história!”
Na próxima semana, o Sindieletro estará nas portarias para debater com a categoria uma resposta à altura do que nos foi apresentado no dia de hoje. Teremos assembleias a partir de segunda-feira (8) – o edital será divulgado ainda hoje. Não fique calado enquanto o governador Romeu Zema discursa mentiras, tentando instigar a população de Minas contra nós, trabalhadores da Cemig! Participe das assembleias e vamos demonstrar quem realmente defende a Cemig e o bom serviço prestado à população. Cemig: esse “trem” é nosso!