Gestão da Cemig sinaliza prorrogação da data-base, mas não informa novo prazo



Gestão da Cemig sinaliza prorrogação da data-base, mas não informa novo prazo

A reunião desta quarta-feira (27) começou com a proposta da gestão em prorrogar a data-base até o início de novembro. Em razão da ausência de propostas, o superintendente Brunno Viana informou que o prazo seria adiado para “dia 10 ou 12 de novembro". O Sindieletro acredita que é necessário mais tempo para fazermos o debate junto à gestão e junto à categoria. A gestão se comprometeu a dar uma resposta final amanhã, quinta-feira (28). 

Os itens econômicos voltaram à pauta após as negativas crassas da direção. Nosso economista da subseção do Dieese no Sindieletro, Carlos Machado, expôs dados para embasar nossas reivindicações: “A categoria está há 10 anos sem aumento real. Destacamos, entre os itens econômicos, o reajuste do ticket alimentação. O custo de alimentação está maior que o INPC geral, trazendo impactos para as famílias”, relembrou.  

Carlos também pontuou a necessidade do abono salarial, que é baseado na perda inflacionária no período de dois anos. “Pedimos um valor linear que corresponde a um valor menor que é a média salarial da empresa. Estamos pedindo menos que a totalidade, na prática, das perdas inflacionárias”, completou. O anuênio também foi citado como importante ferramenta para a isonomia dentro da companhia. 

O diretor Fabão apontou a redução de custo de pessoal como um fator que contribui para a possibilidade de valorização dos empregados da Cemig: “Queremos ganho real linear na empresa. Há teto de custo da empresa, mas não tem teto de lucro?” Brunno, por sua vez, voltou a afirmar que a empresa não oferecerá aumento real aos trabalhadores.  

O passivo trabalhista também voltou à discussão. O coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Silva, relacionou os passivos judicializados aos itens econômicos negados pela gestão: “Trabalhadores têm que completar as refeições do próprio bolso para não criar o constrangimento de falar com o seu gerente. Ao pagar o custo disso, trabalhadores podem buscar receber essa diferença na Justiça. Então a Cemig está criando um passivo trabalhista nessa situação. Não adianta pensar em acordos para os passivos já judicializados, mas não pensar nas opções para evitar o problema”. 

 

Política zemista não vai contaminar nosso acordo 

Durante a reunião, representantes sindicais também repudiaram o vídeo do governador Romeu Zema que circula nas redes sociais na última semana. Em sua fala durante a abertura do 12º Fórum Liberdade e Democracia, na segunda-feira (18), o governador entreguista criticou, novamente, a categoria eletricitária. Chegou a debochar da luta para manter o plano de saúde  este que foi pago por trabalhadores da empresa por anos a fio. 

É absurdo que um governador envolvido em denúncias escandalosas na CPI da Cemig acredite ter moral para atacar os funcionários de uma das maiores empresas do Brasil. Zema, inclusive, é acusado de colocar membros de interesse do partido Novo em cargos de chefia da estatal. Portanto, não vamos aceitar os ataques ao nosso Acordo Coletivo, principalmente por quem não conhece e não respeita a história dos trabalhadores dessa empresa. 

Por fim, nosso coordenador-geral transmitiu a sensação de morosidade e atraso que as negociações passam à categoria. Nesta 5ª reunião, nada ainda é claro. “Em que momentos vamos conversar para encontrar soluções de forma coletiva? Saímos das reuniões com a sensação de que não estamos dando sequer um passo à frente. Não estamos conseguindo debater o problema com a Cemig até encontrar uma solução", disse.  

O saldo final é este: mais uma reunião sem avanços do ponto de vista negocial. Mas este cenário não vai nos desanimar. A gestão afirma que o próximo passo será a entrega da proposta, provavelmente na próxima semana. Permaneceremos mobilizados e atentos! Defenderemos os direitos da categoria e não aceitaremos os desmandos de uma gestão privatista e bolsonarista. Cemig: esse “trem” é nosso! 

 

1ª reunião, 13/10: Gestão da Cemig realiza pior primeira reunião de todos os tempos 

2ª reunião, 15/10: Zema tenta implementar política econômica de Paulo Guedes no nosso ACT

3ª reunião, 19/10: Gestão da Cemig não quer negociar NADA da pauta do ACT

4ª reunião, 20/10: Respostas inconclusivas, soluções vazias

 

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