Cemig anuncia mudança dos trabalhadores da São Gabriel



Cemig anuncia mudança dos trabalhadores da São Gabriel

Desde abril deste ano, o assunto sobre o fechamento da base operacional do São Gabriel entrou em pauta. Recebemos denúncias sobre um processo de avaliação para a realização de um possível leilão do prédio. Na época, se falou, inclusive, que os trabalhadores seriam transferidos para o Anel Rodoviário. Mas, ao questionamos o RH/RT ainda naquele período, foi afirmado que o processo de venda não procedia. 

Apesar da negativa, eletricitários nos informaram que, apenas em 2019, por volta de quatro vezes pessoas da gerência de imóveis foram ao local para fotografar, avaliar e medir os terrenos. Desde a primeira sugestão em relação ao tema, o Sindieletro/MG buscou o diálogo com a gestão da Cemig. Fizemos audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e convidamos o presidente da empresa, Cledorvino Belini, a debater. A ALMG, representada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira, visitou a base e conversou com os trabalhadores para saber suas opiniões e anseios em relação ao tema. Além disso, em face da ausência de representantes da Cemig nos debates sobre o caso, a ALMG convocou o presidente a participar de uma nova audiência.

Publicamos sobre o assunto, conversamos com os trabalhadores e tentamos várias formas de diálogo com a gestão da Cemig. Não foi por falta de mobilização; a empresa se negou a ouvir os trabalhadores. Pouco depois da visita da ALMG ao São Gabriel -- visita técnica que resultou num relatório, ainda em construção, que será de grande valia para o debate --, o presidente resolveu agilizar o processo e anunciou a transferência imediata dos trabalhadores. Segundo informe da Cemig, os funcionários deverão se apresentar, nesta segunda-feira (9), no Anel Rodoviário.

Uma decisão unilateral, sem diálogo ou transparência. Sem a apresentação de esclareciementos imprescindíveis: onde estão os estudos de viabilidade? Quais são as justificativas técnicas para esta mudança? Existe lugar para os cerca de 115 funcionários no Anel? Também há o fator humano que deve ser levado em conta: Vender o prédio do São Gabriel vai mexer drasticamente com a vida de dezenas de trabalhadores e trabalhadoras. Haverá mudanças na rotina familiar e aumento no tempo de deslocamento até o local de trabalho, por exemplo.

Nesta sexta-feira (6), nos mobilizamos junto aos trabalhadores do São Gabriel, num ato de união e força, para lembrar que a luta não acabou! O Sindieletro/MG denunciou a decisão ao Ministério Público do Trabalho. Devemos ser chamados para prestar esclarecimentos sobre o assunto. Junto ao deputado federal Rogério Correia e à deputada estadual Beatriz Cerqueira, estamos buscando alternativas para prorrogar o prazo da transferência. Desta forma, teremos tempo hábil para concluir os processos que já estão em curso no MPT e na ALMG.  Repudiamos a postura do governo do Estado e da gestão da Cemig, que se mostra, mais uma vez, arbitrária e instransigente com quem construi e constrói a história dessa empresa.

item-0
item-1
item-2
item-3