Reuniões cada vez mais improdutivas e apontando para uma solução vazia. Esse é o resumo dos quatro encontros realizados para tratar sobre o Acordo Coletivo de Trabalho 2021/2022. Nas reuniões anteriores, a gestão negou todos os itens econômicos; sobre relações de trabalho, afirmaram que o único ponto passível de negociação seria a primarização condicionada à retirada de direitos de aposentados. Hoje, para falar de saúde e segurança, a inércia permaneceu. Apesar de algum debate (mais centrado em justificar que propor) ter acontecido, nenhuma resposta conclusiva foi oferecida.
Emerson Andrada, nosso coordenador-geral, iniciou a reunião propondo que a gestão negociasse todos os pontos de pauta, "não negociar apenas aspectos que a empresa se propusesse a pinçar, baseados em temas que passassem de forma tangente à pauta da empresa. Assim, poderemos fazer uma negociação de fato, não apenas um simulacro de negociação”. Emerson também relembrou que os acidentes e adoecimentos na categoria são fruto de uma “banalização da atividade no setor elétrico, pois não há o mesmo padrão de trabalho que existia no passado”.
Em seguida, o diretor Geovan Aguiar compartilhou as preocupações do Sindieletro em relação ao treinamento de trabalhadores, para que a execução das tarefas ofereça o menor risco possível. Também citou o abandono da UniverCemig, lembrando que “temos perdido oportunidade de qualificação dos trabalhadores e temos poucos profissionais recebendo treinamento".
Geovan também relembrou a necessidade de uso da PFF2, máscara considerada a mais segura para os trabalhadores. A máscara disponibilizada para a categoria não é deste material e o custo para a aquisição das máscaras adequadas é baixo. Além disso, a disponibilização do transporte especial para toda a categoria, sem distinção de trabalhadores, também foi reivindicada pelo Sindieletro como ferramenta de prevenção à pandemia. Sobre segurança patrimonial, o Sindieletro trouxe o debate sobre os crimes ocorridos em unidades da Cemig no interior, citando o assalto no CRIU Uberlândia, no início do ano.
A todas essas colocações os gestores em mesa responderam com justificativas superficiais, sem nenhuma resposta clara ou proposta. A gestão tinha interesse em debater apenas um ponto: a vacinação compulsória da categoria. O Sindieletro é a favor da vacinação, mas acredita que a questão é mais ampla: “Não estamos aqui para segurar o chicote. Estamos aqui para participar da tratativa de uma forma mais ampla. Esperamos, por exemplo, que a Cemig lance uma campanha de conscientização contra o negacionismo”, explicou Geovan.
Gestão não apresenta argumentos técnicos para o retorno ao regime presencial
A categoria reivindica uma resposta clara em relação aos regimes de trabalho. Com o arrefecimento da pandemia, a Cemig começa a convocar alguns trabalhadores para o retorno às atividades presenciais. Novamente, as representações sindicais foram alijadas do processo decisório. “O home office foi iniciado sem falarem conosco. Agora, o presencial voltou sem falarem conosco. É um escândalo, é de um grau de irresponsabilidade e desumanidade enorme a maneira que a Cemig tem tratado seus trabalhadores”, colocou Emerson Andrada.
Questionada, a gestão não tem justificativa certa para o retorno ao presencial. Aparentemente, não há razão embasada para que os trabalhadores sejam chamados de volta à empresa. Tampouco existe uma metodologia que decida quem deve ficar em casa e quem deve ocupar sua mesa no escritório. Apesar de nosso pedido – feito no início da pandemia, em 2020 – para que seja criado um comitê que monitore essas decisões, os gestores seguem agindo à revelia da categoria. Brunno finalizou dizendo que “o tempo vai mostrar o que é melhor sobre o regime presencial”.
Ao fim de mais uma reunião evasiva, o Sindieletro lamenta a maneira leviana com a qual a gestão tratou os temas de saúde e segurança. Cobramos a marcação da próxima reunião, para tratar dos pontos da pauta econômica. A mobilização não para! Cemig: esse “trem” é nosso!
1ª reunião, 13/10: Gestão da Cemig realiza pior primeira reunião de todos os tempos
2ª reunião, 15/10: Zema tenta implementar política econômica de Paulo Guedes no nosso ACT
3ª reunião, 19/10: Gestão da Cemig não quer negociar NADA da pauta do ACT