O governador de Minas, Romeu Zema, voltou a criticar a Cemig e mostrar total desconhecimento do papel da empresa para o desenvolvimento do Estado (confira matéria abaixo). Mais que mostrar desconhecimento, ele novamente fez declarações falsas sobre a empresa. Zema tem insistido que a Cemig não contribui com o desenvolvimento de Minas, que é ineficiente e não leva energia para toda a indústria, que muitos projetos estão parados.
Com esse insistente discurso, o governador vai tentando convencer a população de que a Cemig, por ineficiência, deve ser privatizada. É muito lógica a sua intenção, mas é necessário que todos os mineiros saibam que a estatal, mesmo com todos os entraves de gestões sucessivas, que atuaram e atuam só para o lucro, nunca foi ineficiente. A empresa tem um corpo técnico altamente competente e envolvido. Se projetos estão parados isso acontece por conta dos gestores orientados para uma política de acumular lucros e barrar investimentos. Mas é fácil resolver: basta determinar uma gestão com foco nos consumidores, em mais desenvolvimento para o Estado, em redução da distribuição dos dividendos para os acionistas para o uso dos recursos em mais investimentos na qualidade dos serviços. A questão, enfim, não é ineficiência, é de gestão.
É sempre bom lembrar: a gestão privada, sobretudo nas empresas que foram compradas nas privatizações dos governos FHC e Temer, tem dado provas suficientes que o foco não é desenvolvimento, é lucro, em desrespeito ao meio ambiente e à vida. A Vale é o exemplo da maior das perversidades: cometeu crime ambiental que matou a fauna, a flora e muita gente. E continua livre e sem punição. A Celg, em Goiás, é outro exemplo de impacto perverso das privatizações. A empresa de energia de Goiás (hoje privada), vendida pelo governo Temer, aumentou abusivamente as tarifas e é responsável por apagões diários no Estado, a ponto de até partido de direita (DEM) defender a sua reestatização e empresários, que sempre apoiaram a privatização da Celg, manifestarem repúdio e arrependimento por ter provado a venda.
Vamos colocar os pingos nos "is". A Cemig estatal é fundamental para a economia de Minas e para a soberania nacional. Como estatal, vai além do lucro. Além de contribuir essencialmente para o desenvolvimento, desenvolve projetos sociais e ambientais, garante serviços e empregos de qualidade.
Confira abaixo a primeira parte da matéria publicada no Estado de Minas no dia 05 de setembro, com as declarações inverídicas e de desdém do governador.
Zema: 'Nada tem sido feito no estado que dependa de dinheiro'
Governador volta a criticar Cemig durante lançamento de testes com tecnologia 5G, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou na quinta-feira (05), no Sul de Minas, que nada tem sido feito no estado que dependa de dinheiro para investimento.“Aquilo que depende de dinheiro, eu reconheço que nós não temos feito nada. Porque não temos. O estado não tem condições de fazer uma estrada, não tem condições de construir um hospital. Mas aquilo que depende de gestão sim, nós temos avançado e muito”, ponderou. Zema participou do lançamento do projeto-piloto de testes da tecnologia 5G, em Santa Rita do Sapucaí.
Como tem feito em seus discursos desde que assumiu o governo, Zema voltou a questionar o papel da Cemig no desenvolvimento de Minas.De acordo com ele, a companhia de energia elétrica ou deixou de atender ou levou meses para atender pedidos de pessoas e empresas que requisitaram ligações ou aumento de carga.
“Penso que hoje indústrias gastam R$ 1 milhão por mês, pagando óleo diesel em geradores, quando poderiam comprar energia elétrica por um quarto desse valor da Cemig, que não atende a indústria”, afirmou.
O governador disse também que dezenas de investidores que querem produzir energia fotovoltaica, principalmente no Norte do estado, que é uma das regiões mais propícias do Brasil, enfrentam o mesmo problema. A Cemig também não os conecta à rede elétrica.
“Então, pergunto a vocês: o que esta empresa está fazendo? Tem gente querendo comprar energia, ela não fornece. Tem gente querendo gerar e vender energia, ela não compra. Será que essa empresa está ajudando ou atrapalhando no desenvolvimento do nosso estado? Fica aí a interrogação para vocês”, questionou o governador.
Fonte: Estado de Minas