Zema visita a Cemig e plano de demissões é reaberto dois dias depois



Zema visita a Cemig e plano de demissões é reaberto dois dias depois

No fim da tarde da sexta-feira, 29, a gestão da Cemig anunciou a reabertura do PDVP 2019, com prazo para adesão entre os dias 1º e 10 de abril. O foco principal das demissões é  praticamente o mesmo: os trabalhadores do quadro próprio com mais experiência e conhecimento acumulado sobre os processos dentro da empresa.

Segundo o comunicado da Cemig, podem aderir ao programa os empregados que tenham idade mínima de 55 anos, a completar até 31/12/2019; tempo de contribuição mínimo de 35 anos junto ao INSS, a completar até 31/12/2019; e que tenham tempo de serviço total entre Cemig, Cemig D e Cemig GT, igual ou superior a 30 anos, a completar até 31/12/2019,  incluindo o período em que os empregados estiveram eventualmente cedidos a outras empresas ou órgãos.

Conforme o Sindieletro já criticou muitas vezes, é impossível calcular o tamanho do equívoco da gestão da Cemig ao abrir mão dos eletricitários e eletricitárias mais experientes. O prejuízo é ainda maior quando a reabertura do PDVP coincide com a entrada de uma nova direção que mal conhece a estatal.

Chama a atenção, ainda, o momento escolhido para que o governo do Estado interfira na gestão da empresa. Na última semana, eletricitários informaram ao Sindieletro que o governador Romeu Zema esteve na sede da empresa para conhecer o Centro de Operação do Sistema (COS). Ele foi acompanhado pelo presidente, Cledorvino Belini.

Após o encontro, nas redes sociais surgiu uma avaliação que supostamente seria do governador: “Visitei o Centro de Operações da Cemig em 27/03/2019 e tive a grata surpresa de
ver o grande potencial desta empresa. Fiquei impressionado com o nível de automatização”, dizia o bilhete. 

Na provável fala do governador, não há absolutamente nenhuma menção aos trabalhadores e trabalhadoras da estatal. Apenas uma eventual “surpresa” em ver a eficiência da maior empresa pública de Minas Gerais e uma das mais importantes do Brasil, além da admiração pelo nível de automatização, ou seja, do serviço sendo efetuado com menos trabalhadores.

Será essa a “nova” visão estratégica que o governador quer para a Cemig? Fato, mesmo, é que a redução do quadro próprio, aliada à terceirização desenfreada, aumenta o nível de precarização da empresa e é mais uma estratégia voltada à tentativa de privatizar a empresa.

Mas, de pronto, o Sindieletro já adianta: contra o sucateamento e a privatização da Cemig, haverá resistência organizada e articulada entre a categoria eletricitária e todos
os atores interessados na preservação da Cemig! 

Em tempo - Após se reunir na quinta-feira, 28, o recém-empossado Conselho de Administração da Cemig decidiu, segundo o sumário das principais deliberações tomadas
durante o encontro, propor um plano de equacionamento atuarial para a Forluz. 

Além de atacar o quadro próprio,  a gestão da empresa já prepara uma ofensiva sobre o nosso Fundo de Pensão.

É hora de unir forças, com ativos e aposentados, e organizar a nossa resistência!

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