Zema tenta enganar servidores na migração para Previdência Complementar



Zema tenta enganar servidores na migração para Previdência Complementar

Em Plenária dos Sindicatos dos Servidores Públicos de Minas Gerais, realizada na sede da CUT/MG, e com a participação presencial e virtual de dirigentes e de representante do mandato da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), foram denunciadas as falhas no Simulador da Prevcom-MG, que forja vantagens na Previdência Complementar para convencer servidoras e servidores a migrar para o sistema, em vigor com a Reforma da Previdência estadual.

O governo de Romeu Zema tenta enganar os servidores, com o objetivo de destruir a previdência retirando direitos, alterando as formas de pagamento dos auxílios, aposentadorias e pensões. Os erros foram detectados pelo Simulador Compare, criado pelos advogados Diego Leonel, Marcos Rogério e equipe. Os dois fizeram palestra na Plenária, coordenada pela secretária-geral da Diretoria Executiva, Lourdes Aparecida de Jesus, que contou com presença do presidente da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho. Marcos Rogério também é assessor no Senado.

Como encaminhamentos, foram definidos divulgação maciça das falhas do Simulador oficial, solicitação, pelas entidades e de deputados estaduais, de prorrogação o prazo adesão à Previdência Complementar com base nos erros do Simulador, requerimento de informações da Prevcom-MG, e a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre a pauta.

“É preciso entender a lógica do sistema de Previdência Complementar. O movimento sindical, principalmente a CUT, contribuíram para construção de experiências que deram certo, principalmente nos bancos públicos, com a garantia de direitos e aposentadoria digna. Esta garantia é que é a bola da vez. O governo mineiro, por intermédio da Previcom-MG, com base na Reforma da Previdência, estipulou que servidoras e servidores devam migrar para a Previdência Complementar até o dia 31 de dezembro. Mas o aplicativo disponível para servidoras e servidores, que simula a aposentadoria em Minas Gerais, tem mais componentes de convencimento e falha, em alguns pontos, no esclarecimento destas condições. Não somos contra a migração, mas é preciso que todas e todos estejam bem informados para que tomem uma decisão que, pela adesão, é irreversível. É preciso que a informação seja correta para que estejam cientes das consequências do que vai acontecer nas suas vidas. O governador de Minas, Romeu Zema, e o presidente Jair Bolsonaro, estão vinculados em uma pauta neoliberal. E, dentro do que ela propõe, vão pressionar para que haja a maior adesão de servidoras e servidores à Previdência Complementar e deixem o Regime Próprio”, disse Marcos Rogério.

“De acordo com o Compare, quatro falhas podem ser consideradas graves no Simulador colocado à disposição do serviço público, que apresenta apenas uma opção de plano de benefício. Ao acioná-lo, vê-se uma superestimação dos valores a serem recebidos na complementação, com a possibilidade de 20% a 40% de alteração no valor da aposentadoria. Uma perspectiva otimista de rentabilidade de 4,5% ao ano acima da inflação, quando, dentro da realidade, a variação pode ser menor, de 3,5% a 4%. Isso com uma contribuição de, no mínimo, 15 anos, e o valor calculado de acordo com a expectativa de vida. Independentemente do percentual de contribuição, quando, no caso da paridade entre governo e servidor seja limitado a 7,5% para a aposentadoria integral. Gente, o mercado é volátil. O Simulador deveria apresentar outros cenários de rentabilidade para que servidoras e servidores avaliassem se a migração é vantajosa ou não. A migração tem que oferecer a ele segurança.”

“Além disso, no Simulador da Prevcom-MG não informa que a Previdência Complementar paga uma taxa de carregamento de 7%. Ou seja, a cada investimento de R$ 1 mil, só R$ 930 são creditados na conta. No Simulador ela não é descontada. Como é desconsiderada, o cálculo final está errado. A migração, admitimos, traz algumas vantagens. A contribuição mês a mês para a Previdência é reduzida. Mas há um porém: a base de cálculo para o Imposto de Renda sobe. Então, estamos diante de elementos subjetivos e com falsas informações. Temos que alertar servidoras e servidores para estes problemas e fazer ações para que o prazo de migração seja prorrogado e que aquelas que já migraram, sem ter acesso a informações corretas, possam rever suas decisões. Servidoras e servidores têm que entender que a Previdência Complementar é um contrato. Não depende de lei como a Previdência Pública”, concluiu Marcos Rogério.

“Detectamos as incongruências do Simulador oficial quando criamos um Simulador confiável, o Compare. O prazo de migração precisa ser prorrogado pelos erros apresentados pelo Simulador oficial, que apresenta uma análise desvirtuada da realidade. Nós informamos à Prevcom no dia 20 de outubro sobre as falhas do Simulador e o aplicativo não foi alterado. Em alguns casos, com o sistema atual, aposentadoria complementar de R$ 4.700 cairia para R$ 2.600. Queremos que servidoras e servidores tenham a possiblidade de fazer uma análise real, confiável na sua tomada de decisão. Nosso propósito e de todo o movimento sindical é darmos subsídios para todas e todos. A denúncia destes erros é essencial no momento. O governador Romeu Zema está ludibriando os servidores. A contribuição dos inativos tende a aumentar para suprir a Previdência do Estado. Temos que dar visibilidade ao assunto, para que servidora e servidor não sejam enganados”, afirmou Diego Leonel.

Fonte: CUT Minas

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