Zema, reflita: a Celg privatizada deixa Goiás em calamidade pública



Zema, reflita: a Celg privatizada deixa Goiás em calamidade pública

A privatização da Celg (Companhia Energética de Goiás) e as consequências para a população deveriam servir de exemplo para o governador de Minas, Romeu Zema, repensar a intenção de vender a Cemig.

A Celg foi vendida no início de 2017 para a empresa italiana Enel, na gestão do governador  Marconi Perillo (PSDB), por R$ 2,187 bilhões. Pouco antes da privatização, a estatal entrou em processo de sucateamento, pelo governo Temer, e quando foi vendida, a situação de calamidade para os consumidores ficou muito pior.

Vale lembrar que a Enel também comprou a usina de Volta Grande, no Triângulo, que pertencia à Cemig.

Desde a privatização da Celg, os apagões em Goiás são constantes, com demoras de horas e até de dias para o retorno da energia. O governo daquele Estado considera a situação muito grave. Não só os consumidores residenciais estão sofrendo prejuízos, também os consumidores rurais, comerciais e industriais amargam uma série de perdas. Resultado: o desenvolvimento de Goiás está sendo impedido.

 Segundo relatos de empresários, a queda constante de energia está inviabilizando a produção rural, o comércio e a indústria, que ficam com os prejuízos, limitados nas vendas e não conseguem realizar novos investimentos, pois a rede elétrica não suporta as demandas.

Os produtores rurais de Goiás estão indignados com a Enel e se organizaram em protestos constantes. Eles cobram solução já! Goiás é um Estado conhecido pelo agronegócio e pecuária. Já tem, inclusive, mobilização marcada para o final deste mês.

Sindieletro acompanha a situação, que se agrava a cada dia

O diretor do Sindieletro na Regional Triângulo, Evaldo Gomes de Araújo, conhece bem a situação de calamidade em Goiás por conta da privatização da Celg. Ele vai todos os meses ao Estado.

 “O cenário é de calamidade, a conta de luz subiu muito e os apagões são quase diários, com demora no restabelecimento. A insatisfação é geral e os produtores rurais já estão questionando a privatização”, disse.

Ele criticou que a Enel não está cumprindo o que assumiu no contrato de privatização, de realizar novos investimentos, manutenção da rede e garantir serviços de energia de qualidade. Ainda de acordo com Evaldo, quando os prejuízos em função do sucateamento dos serviços da Celg, que, inclusive, demitiu eletricitários,  concentravam-se apenas no consumidor residencial, as reclamações eram desconsideradas. Mas, agora que atingem os negócios dos empresários, sobretudo os da produção rural, as críticas ecoam nas autoridades, para uma solução. Porém, até o momento, não houve solução alguma.

 Zema, privatização é isso aí! Não mexa com a Cemig!

Para o Sindieletro, o governador Romeu Zema deveria refletir sobre as conseqüências da privatização para o desenvolvimento do Estado. Sem falar que a insatisfação geral só causa impopularidade de qualquer governante. Todas as empresas que foram privatizadas no país tornaram os serviços piores e aumentaram as tarifas a preços exorbitantes. No caso da Vale privatizada nos anos 90,  os impactos negativos foram ao extremo: mortes de centenas de pessoas, de bichos, plantas e rios. Perdas de localidades inteiras.

 

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