Zema propõe aumentar o próprio salário em quase 300%

Célebre pelo discurso fiscalista e defensor ferrenho do ‘Estado Mínimo’, com direito a atos simbólicos como “abrir mão de morar” no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), pediu à mesa diretora da Assembleia de Minas que elaborasse um projeto de lei que reajusta seu próprio salário em 298%.

Se aprovada a proposta, o contracheque do político passaria de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil de forma escalonada: R$ 37,5 mil a partir de 1º de abril; R$ 39,7 mil em fevereiro de 2024; e R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025.

O aumento do salário de Zema seguiria em modo cascata para os demais cargos do primeiro escalão do governo. O vice-governador chegaria, ao final do período, em R$ 37,6 mil, enquanto os secretários passariam a receber R$ 34,7 mil, e os secretários adjuntos R$ 31,2 mil;

Os salários dos escalões políticos da administração estadual estão congelados desde 2007. Este é o principal argumento utilizado pelo governador para defender o reajuste dos vencimentos. “É preciso atrair e manter os mais competentes nos quadros técnicos. São mais de 15 anos de congelamento dos salários dos secretários estaduais, situação incompatível com o cargo”

No tuíte em que menciona o reajuste, o governador omite que seu salário também será reajustado.

Supersalários

Na prática, a ação de Zema deve permitir que ao menos alguns de seus secretários passem a embolsar supersalários, levando-os a ganhar acima do teto do funcionalismo público, que a partir de 1º de abril será de R$ 41,6 mil — o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Isso porque, além dos salários, os secretários recebem outras gratificações como os jetons, um incentivo financeiro por participação nos conselhos administrativos de empresas estatais, como a Cemig e a Copasa. A gratificação não é considerada pelo STF para o cálculo do teto constitucional.

Fonte: Rede Moinho 24, por Adevanir Vaz