Confira matéria da coluna de Luiz Tito, no jornal O Tempo.
Inércia: Zema e a CPI da Cemig
Governador transferiu a responsabilidade de ações de sua gestão para o MPMG
LUIZ TITO
Luiz Tito escreve de segunda a sábado em O TEMPO
Em visita a Paracatu, o governador Romeu Zema foi questionado por um repórter local sobre o porquê de sua inércia em tomar medidas que pudessem ter evitado o acontecido na Cemig, apurado pela CPI e que envolveu o indiciamento de seu presidente, de vários diretores e a revelação de atos tachados como suspeitos, praticados por empresas em bilionárias transações. Zema respondeu que o relatório da ALMG estava entregue ao Ministério Público de Minas e que esperava as posições que daí pudessem decorrer. E acrescentou que a Cemig foi uma empresa que deu grandes lucros nesses últimos anos e com menor número de acidentes de seus empregados. Zema transferiu, na verdade, a responsabilidade de ações de seu governo para o MPMG, que certamente vai precisar de muito tempo para que se confirmem as investigações. Isso até faria que prescrevessem crimes cometidos. Quanto ao número de acidentes com seus empregados, talvez seja em consequência de que as atuais contratadas não deem mais à contratante e à imprensa as informações sobre tais ocorrências. Sobre o faturamento, estranho que Zema não tivesse na sua fala considerado a desidratação do patrimônio da Cemig com a venda de controladas e o abusivo aumento das tarifas praticadas contra seus consumidores. Nunca a energia em Minas, relativamente, foi tão cara. Aliás, podemos esperar que ainda neste mês de maio teremos um aumento das contas de luz em percentuais que podem passar de 15%. Assim, governador, é fácil ter lucros. A Petrobras é um bom exemplo.
OBS: O Sindieletro concorda que os preços da luz e dos combustíveis são abusivos, exorbitantes, impraticáveis para o povo. E entende que os preços da energia e dos combustíveis são resultados das políticas de governos, que impõem gestão privada nas estatais, ignorando o papel social das empresas públicas. O caminho é tornar as estatais de serviços estratégicos com gestões que preservem a soberania nacional e os serviços essenciais ao povo com preços módicos. Gestão só para o lucro, como ocorre na iniciativa privada, penaliza ao extremo a população.