Na quarta-feira, 09 de setembro, o governo de Romeu Zema conseguiu dar mais um passo rumo à privatização da Copasa. O governador foi autorizado a assinar acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estudos visando a estruturação do modelo de privatização da empresa. A autorização foi dada pelo Conselho Mineiro de Desestatizações (CMD). O Conselho é ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e responsável por definir regras para vendas de ativos e estatais.
A reação dos trabalhadores da Copasa veio rápido. Zema vai encontrar muita resistência e luta. A Copasa, assim como a Cemig e suas subsidiárias, não pode ser vendida a bel prazer do governador Zema e de qualquer outro governador. A Constituição Mineira garante que qualquer decisão de privatização de estatais do Estado deve passar por referendo popular e, ainda, pelo voto de três quintos dos deputados estaduais.
O Sindieletro manifesta todo o seu apoio à luta da categoria. Para nós, a resistência contra a venda do patrimônio dos mineiros (assim como a venda do patrimônio nacional) é coletiva, é de toda a classe trabalhadora. Juntos somos mais!
Confira abaixo a posição do Sindágua MG, Sindicato que representa os trabalhadores e as trabalhadoras da Copasa:
RESISTÊNCIA AOS VENDILHÕES DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS
O Poder Legislativo e o povo de Minas Gerais devem se mobilizar contra a privataria em curso e defendermos a Copasa como um patrimônio público que presta serviços essenciais de saúde a todo o Estado, impedindo que seja transformada em máquina caça níquel e deixe populações pobres sem saneamento.
A Copasa, empresa cujo acionista majoritário é o Estado, obteve no primeiro semestre de 2020, uma receita líquida de água, esgotos e resíduos sólidos aproximada de R$ 2,4 bilhões, com um lucro líquido de R$ 307,1 milhões.
O governo do comerciante Romeu Zema, que demonstra eficiência como vendedor desde gasolina a produtos eletrodomésticos, quer vender as estatais mineiras que prestam serviços essenciais e vitais para o povo, como a Copasa, a Cemig e outras.
Somos atormentados pela autorização de contrato do Governo de Minas com o BNDES para serviços técnicos de estudos e desestatização da Copasa, na ganância entreguista de transferir a empresa para a exploração privada, que passará a buscar lucro com a água que bebemos, cozinhamos e tomamos banhos e com as atividades de saneamento necessárias para a preservação do meio ambiente.
Estaríamos perdidos se, durante a pandemia de Coronavirus, o Governo não tivesse o poder de exigir que a empresa de abastecimento de água não cortasse ligações de quem atrasasse o pagamento de contas, mesmo sendo vítimas do desemprego pelas consequencias da terrível doença. Queríamos ver o passageiro “governante” Zema convencer empresário privado a mexer no bolso e ter um posicionamento social e humano para salvar vidas.
A sociedade mineira deve ser mobilizada, para reagir contra este crime de lesa Estado, exigir uma postura consciente e responsável dos deputados mineiros, para barrarmos este escândalo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.