Zema cria cargo de vice-presidente na Cemig para nomear aliado que compôs governo Bolsonaro



Zema cria cargo de vice-presidente na Cemig para nomear aliado que compôs governo Bolsonaro

Assista o vídeo em que o governador Zema critica nomeações políticas do governo anterior ao seu primeiro mandato. Ao assumir o governo, fez exatamente o que criticou.

Mais uma vez o governador Romeu Zema deu um jeito de aumentar cargos de diretoria na Cemig para acomodar aliados políticos. Desta vez, Zema privilegiou um político da base bolsonarista. O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Jair Bolsonaro (PL) e ex-deputado federal, Marcos Montes (PSD), foi nomeado vice-presidente executivo da Cemig no último dia 22. O cargo de vice-presidente foi criado para acomodar o aliado político. Montes deixou a Diretoria Administrativa da Gasmig para atuar na gestão Zema na Cemig.

Quando ainda era candidato a governador, para o primeiro mandato, Zema prometeu reduzir o número de cargos de gestão na administração pública direta e indireta. Uma vez eleito, esqueceu da promessa e também do que prega o seu partido, o Novo, com aquele discurso antipolítica “para inglês ver”, condenando o toma-lá-dá-cá de nomeações e criações de cargos para aliados em governos e estatais.

No governo anterior ao primeiro mandato de Zema (2019 a 2022), a Cemig contava com 11 diretorias. Romeu Zema diminuiu para sete, mas logo depois criou outras sete diretorias adjuntas, totalizando 14 diretorias. Diretorias adjuntas têm o mesmo status de diretorias. Ou seja, ao invés de diminuir, aumentou de 11 para 14 diretorias.

 

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Diretoria da Cemig tem até médico ortopedista como diretor

As indicações políticas do Zema na Cemig são tão absurdas que, no ano passado, ele nomeou um médico para a diretoria, o 15º membro da diretoria e do partido Novo indicado à gestão da Cemig. O ortopedista Bernardo Ramos, ex-vereador de BH e derrotado nas eleições de 2022, candidato a deputado federal, passou a ocupar a Diretoria Adjunta de Projetos Especiais. Além de ser do partido do governador, Bernardo Ramos é ortopedista com foco em pediatria e sua experiência profissional não tem nada a ver com o setor de energia elétrica. O Sindieletro, na época, denunciou que o médico assumiria uma diretoria na Cemig para dar tratativa ao que os gestores chamam de “custo pós-emprego’, ou seja, criar uma diretoria, com alto custo, exclusiva para atacar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da ativa e aposentados na Cemig Saúde e Forluz. Mau caratismo neoliberal!

Altos salários

Os salários que o presidente e diretores da Cemig recebem são altos. Até abril/maio de 2024, Reynaldo Passanezi recebia como presidente da Cemig o salário de R$ 133.000,00 mensais e, os demais diretores, uma quantia aproximada ao do presidente. Sobre o salário do vice-presidente, a gestão da Cemig e o governador se negaram a revelar à imprensa.

Os diretores também recebem remuneração variável a título de bônus referente a 10 remunerações. Ou seja, além dos altos salários, a diretoria recebeu bonificação próxima a 1 milhão de reais e o presidente da Cemig recebeu cerca de 1 milhão e trezentos mil reais de bonificação. Esse valor pode ter sido reajustado entre abril e maio deste ano, quando ocorre a assembleia de acionista que delibera, também, sobre a remuneração da diretoria.

Sindieletro repudia

O Sindieletro repudia veementemente a ampliação dos cargos de diretoria na Cemig e as nomeações por indicação política de Zema, responsáveis pelo sucateamento estrutural da estatal e pela política de adoecimento da categoria. Nos anos de (des)governo Zema, trabalhadores e população mineira só foram prejudicados pelas políticas do governador na Cemig, sempre com a intenção de privatizar a empresa. A gestão Zema na estatal foca em reduzir custos, explorar os trabalhadores com aumento de produtividade e, ao mesmo tempo, com retirada de direitos. Promove sucateamento e arrocho salarial, enquanto o governador aumentou o próprio salário e de seu secretariado em 300% e, na Cemig, os aliados do Zema ganham cargos com vultusos salários.
Contribua com a luta em defesa da Cemig! Denuncie as práticas antipopulares e anti trabalhador(a) do projeto privatista do Zema na Cemig!

Cemig: esse “trem” é nosso!

 

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