Já está disponível, nos canais de Nilmar Laje, a websérie “Massacre de Ipatinga, versão dos autos”. São seis episódios, com classificação livre. A estreia aconteceu no domingo, dia 19, do primeiro capítulo. VOCÊ PODE ASSISTIR, CLIQUE AQUI
A produção tem o objetivo de compartilhar a leitura, pouco divulgada, do inquérito 2.035 da corregedoria da Polícia Militar e do processo administrativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre o assassinato de sete trabalhadores e uma criança, ocorrido no dia 7 de outubro de 1963, na cidade de Ipatinga (MG).
O massacre
As informações do processo apontam que a Usiminas, cuja sede se localizava na cidade, vigiava trabalhadores que previam a deflagração de greve no dia 7 de outubro. O objetivo da ação era reivindicar melhores condições de trabalho.
Após uma assembleia realizada pelos operários na noite anterior à greve, a Polícia Militar (PM) foi acionada e chegou à portaria da Usiminas. Em sequência, a PM se dirigiu ao bairro onde ficavam os alojamentos que abrigavam os operários e, segundo as informações do processo, agiram com violência desproporcional.
Na manhã do dia 7 de outubro, a PM foi acionada novamente para conter a movimentação dos trabalhadores. Na ocasião, um soldado realizou disparos em direção aos operários, levando à morte de seis trabalhadores e uma criança. Posteriormente, outra vítima que estava ferida faleceu.
O julgamento dos policiais envolvidos só foi finalizado em 1965, em plena ditadura militar. Os policiais foram inocentados sob alegação de excludente de ilicitude, previsto no Código Penal, que indica que não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade ou em legítima defesa, entre outras circunstâncias.
Os trabalhadores, mesmo sem provas e com muitas contradições nos depoimentos dos policiais, foram considerados comunistas.
Fonte: Brasil de Fato