Valeu a pressão dos trabalhadores contra a proposta de emenda que mutilava a Constituição de Minas Gerais, abria caminhos para a privatização da Cemig, da Gasmig e de outras estatais e acabava com o referendo popular, que garantia aos mineiros o direito de opinar sobre a desestatização em Minas. A PEC 68 será retirada da pauta da Assembleia Legislativa na reunião desta terça-feira, 12, pelo líder do PSDB, deputado Luiz Humberto, sem qualquer explicação técnica, legislativa ou constitucional que justificasse a medida.
Analistas políticos acreditam que, com a retirada, governo de Minas quis evitar desgastes políticos, no momento delicado em que a proposta tramitava: a campanha eleitoral na qual os tucanos e aliados buscavam a reeleição. O Portal Uai divulgou que os deputados estaduais da base governista não resistiram à pressão e decidiram retirar a PEC 68, que permite a privatização da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). "Alvo de ataques da oposição e muito criticada pela opinião pública desde a sua apresentação no fim de junho, a proposta permitiria a desestatização de sociedades de economia mista e empresas públicas não controladas pela administração direta, sem a necessidade de lei específica".
O analista do Hoje em Dia, Orion Teixeira, reforça a tese de que a pressão veio da própria base parlamentar do governo, que, por ter subscrito a proposta, assumiu pesado ônus político. Diante da falta de apoio, a orientação governista foi de retirada de pauta.
Para o diretor Sindieletro, Jair Gomes Pereira Filho, a retirada da PEC representa a força da pressão e mobilização dos trabalhadores, do Sindieletro e movimentos sociais que evitou a votação. “Estaremos prontos para novas ações e mobilizações para impedir a retomada da PEC na Assembleia Legislativa”, alerta o dirigente sindical.