Segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o maior crescimento aconteceu nos crimes contra o patrimônio, que incluem roubos e extorsão mediante sequestro.
De acordo com o balanço mais recente divulgado pela Seds, nos cinco primeiros meses deste ano houve um crescimento de 18,83% no índice de crimes violentos em comparação com o mesmo período de 2012. Já o número de homicídios também subiu em menor proporção (4%) e vem caindo nos últimos dois meses. Além dos assassinatos, o grupo de crimes violentos é composto ainda por homicídio tentado, sequestro e cárcere privado, roubo consumado, extorsão mediante sequestro, estupro consumado e estupro tentado. Entretanto, para estes crimes a Seds não divulga balanço individual.
Segundo o professor e especialista em Segurança Pública, Luis Flávio Sapori, o aumento da violência no Estado persiste e as estatísticas apontam especialmente para um crescimento no número de crimes contra o patrimônio. "O número de homicídios tem se estabilizado, principalmente em Belo Horizonte, mas o aumento de roubos é bastante preocupante", sinaliza.
Os dados da Seds apontam que o número de crimes contra o patrimônio, que engloba roubos e extorsão mediante sequetro, cresceu 22% entre janeiro e maio deste ano em Minas Gerais, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ainda conforme Sapori, essa elevação é reflexo da atuação da polícia, que encontra uma dificuldade cada vez maior de prevenir e reprimir esses crimes. "O número de roubos reage muito à capacidade ostensiva da polícia, ou seja, quando o trabalho da polícia está ineficiente você cria mais facilidade e condições para os assaltantes", explica.
Uma possível explicação para esta situação é a redução do efetivo da Polícia Militar no Estado. De acordo com o especialista, os policiais estão aposentando cedo e a contratação de novos agentes não se dá na mesma proporção. "A saída de policiais é muito maior que a entrada e não há dúvida de que isso tenha impactado na segurança pública", concluiu.
Além disso, o professor ressaltou que o trabalho da Polícia Civil na investigação dos crimes também é muito limitado, o que contribui para o aumento da sensação de insegurança nas ruas. "Há uma ausência de metodologia de investigação que dê conta de identificar os assaltantes e as quadrilhas que atuam no Estado e chegar até os suspeitos".
Sapori ainda chamou atenção para o aumento de casos de explosões a caixas eletrônicos em todo o Estado. Conforme o especialista, houve um crescimento muito intenso e repentido desse tipo de crime, sem a devida resposta da polícia. Os dados sobre explosões a caixas não integra o balanço divulgado mensalmente pela Seds.