O quinto dia da greve dos eletricitários apresentou, pela manhã, mobilizações na capital e no interior e registrou a inaceitável violência do araponga da Cemig (Amilcar Felippo) contra o coordenador do Sindieletro na Regional Metalúrgica, Jefferson Silva, e pela insistência do Sindicato na reabertura da negociação. Na tarde desta sexta-feira, a direção do Sindieletro entregou ofício ao presidente da Cemig, Djalma Morais, solicitando a retomada das negociações. O documento é a comprovação de que o Sindicato continua acreditando no diálogo e espera que a empresa responda as reivindicações dos trabalhadores que cobram apenas o que é justo: um ACT digno, PLR com igualdade e o Pacto pela Saúde e Segurança.
Violência contra eletricitário
Na Cemig do Anel Rodoviário, em Belo Horizonte, os arapongas contratados pela empresa para vigiar e sempre reprimir as mobilizações dos eletricitários, não estão se contentando em apenas filmar e fotografar a greve. O negócio deles agora é partir para a violência.
Assim que começaram a panfletagem e a concentração dos trabalhadores nas portarias do Anel Rodoviário, o bem conhecido da categoria, arapongal Amílcar, um dos militares reformados contratados da Cemig para a vigilância e repressão, começou a rasgar faixas do Sindieletro. Cobrado para respeitar o movimento, que é legítimo, o coronel partiu para a agressão física contra o diretor do Sindieletro, Jefferson Silva. Logicamente, os eletricitários presentes na mobilização impediram mais agressões. Jefferson teve a camisa rasgada e hematoma em um dos braços. O dirigente sindical foi encaminhado junto com o coronel para a Delegacia do bairro Barreiro para registrar Boletim de Ocorrência (BO).
Após a agressão, apareceram cerca de 10 viaturas da Polícia Militar. Dirigentes do Sindieletro negociaram com a PM a garantia de segurança para os trabalhadores. Durante a conccentração dos eletricitários, a portaria principal e a portaria do prédio 20 do Anel foram fechadas com correntes pelos trabalhadores.
Nos demais locais de trabalho da Cemig, na Grande BH e interior, ocorrem várias manifestações neste quinto dia de greve. Os trabalhadores fazem panfletagem, discutem a situação precária nas condições de trabalho na Cemig , o ACT e a PLR. E, ainda, planejam novas ações. Em Uberaba, os
eletricitários protestaram no aeroporto durante sa chegada na região do governador Antônio Anastasia (PSDB) e do presidente da Cemig, Djalma Morais. Em Belo Horizonte, no final da manhã, eletricitários do Anel Rodoviário, do Quarteirão 14 (Cidade Industrial) e do Jatobá seguiram para a Cemig do edifício Minerva, na rua Aimorés esquina com avenida Barbacena.
Solidariedade dos terceirizados
Nesta greve um dos destaques é o apoio dos eletricitários terceirizados. Em todos os locais da Cemig onde há trabalhadores de empreiteiras, a solidariedade é geral. Muitos dos terceirizados decidem também parar, participar dos protestos, dos atos e passeatas.