Os cerca de 80 mil habitantes da cidade de Viçosa não têm recebido o atendimento adequado na agência da Cemig. Sim, no singular: a cidade conta com apenas um local de atendimento presencial, no Centro. As outras agências foram fechadas e a agência restante é comandada por uma empresa terceirizada. O atendimento é precário desde então.
Um aposentado da Cemig nos relata que compareceu à empresa no último dia 2, no início da tarde. Havia três atendentes: uma na triagem e duas no atendimento direto. Logo uma funcionária precisou sair e a outra saiu para seu horário de almoço, deixando a agência parada por cerca de uma hora. As senhas dos clientes que aguardavam foram canceladas.
“Uma cliente veio de longe e tinha horário. Não conseguiu o atendimento. Eu também deixei minha demanda para outro dia, pois não podia esperar”, relata. No dia 6 de agosto o aposentado retornou à agência e teve acesso à história de mais uma cliente insatisfeita: ela veio de Teixeiras, cidade a 15km de Viçosa, para tentar resolver um problema que não conseguiu solucionar junto ao posto de atendimento de sua cidade.
“Em resumo”, explica a nossa fonte, “a sobrecarga dos atendentes é grande e a falta de planejamento dos supervisores é visível, colocando a população contra a Cemig. Os mais saudosistas comentam sobre a boa qualidade dos serviços prestados antigamente, relembrando até o nome dos ex-funcionários locais”.
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Destruir para privatizar
A população não compreende o motivo da deficiência atual do atendimento em Viçosa e em outras localidades no estado. O problema não se restringe à Zona da Mata: em várias partes de Minas Gerais agências foram fechadas para cumprir a agenda privatista de Romeu Zema. O foco principal é sucatear o serviço para a população, de forma a criar insatisfação e redirecionar a opinião pública – atualmente a maioria dos mineiros é contra a privatização das estatais.
Além disso, ao passo que não investe na estatal, Zema atrai o mercado financeiro para conseguir vender a empresa. O projeto é prejudicial tanto para trabalhadores (terceirizados e do quadro próprio) quanto para a população, já que o descaso e a ineficiência atingem a todos.
É importante lembrar que os efeitos do fechamento de agências vêm em cascata: a sobrecarga dos atendentes presenciais reflete em sobrecarga para os atendentes do call center, por exemplo. Também não é preciso dizer que o adoecimento surge na esteira destas decisões da gestão. Além disso, a decisão de delegar ao autoatendimento online a resolução das demandas é excludente; muitos clientes não possuem intimidade com a plataforma e precisam ter o atendimento presencial garantido.
Já na quarta ida à agência, o cliente que nos trouxe a denúncia ainda não conseguiu resolver sua pendência. Reiteramos: só é possível mudar o rumo da Cemig com a revisão total dos conceitos e processos estabelecidos pela gestão Zema.