Uso eleitoreiro da Petrobras por Bolsonaro vai ‘piorar’, alerta FUP



Uso eleitoreiro da Petrobras por Bolsonaro vai ‘piorar’, alerta FUP

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da coligação Brasil da Esperança, sobre o uso “eleitoreiro” da Petrobras pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), durante a campanha eleitoral. De acordo com os petroleiros, o uso político da maior estatal brasileira deve “piorar” no segundo turno. Eles se reuniram no dia 4 com a coordenação de campanha de Lula, em São Paulo.

Os petroleiros denunciaram que o atual governo anunciou reduções pontuais nos preços dos combustíveis nas últimas semanas. Agora, o alerta vai em sentido contrário. Isso porque o preço do petróleo no mercado internacional voltou a se recuperar. Na última última sexta-feira (27), o barril tipo brent fechou cotado a US$ 82, menor valor desde fevereiro. No entanto, de lá para cá, o preço da commodity já avançou 15%, cotado a US$ 96,67 no final da tarde desta quarta (5).

“Além de anunciar, praticamente a cada semana, reduções pontuais nos preços dos combustíveis, às vésperas das eleições, e pressionar a empresa a segurar preços até o próximo dia 30, sem mudar em nada a equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), a gestão bolsonarista da Petrobras vem promovendo uma dança das cadeiras no alto escalão da companhia, com critérios políticos”, afirmam os petroleiros, em nota.

Ingerência política e alta dos preços

Além disso, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, também denunciou o atual governo por interferir politicamente no comando da estatal, durante o período eleitoral. “Chamamos a atenção para a ocupação de cargos estratégicos, de forma escusa, em diretorias com orçamentos relevantes, o que é altamente preocupante, diante da possibilidade de fraudes e corrupção para financiamento de campanhas eleitorais”, alertou.

Sem mudanças no PPI, ele destacou ainda as altas recordes nos preços dos combustíveis no governo Bolsonaro. Apesar das medidas do governo – como a aprovação do teto do ICMS, a gasolina acumula alta de 118,4% nas distribuidoras, entre 1 de janeiro de 2019 e 23 de setembro de 2022. Do mesmo modo, o diesel subiu 165,9% e o gás de cozinha, 97,4%.

Outras prioridades: fertilizantes e gás natural

Além disso, na reunião com a equipe de Lula, a FUP reforçou a importância da retomada dos investimentos da estatal nos setores de fertilizantes e de gás natural. O primeiro é estratégico para a agroindústria e a agricultura familiar. E o segundo, para a indústria química.

Os petroleiros enfatizaram a importância da reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), e da conclusão das obras de outra unidade em Mato Grosso do Sul, não só para a campanha de Lula, como também para a senadora Simone Tebet (MDB), que havia feito referência ao tema no debate presidencial. Hoje, ela anunciou apoio ao candidato petista.

Do mesmo modo, a FUP também ressaltou a necessidade da Petrobras voltar a ter centralidade na distribuição do gás natural. O mesmo alerta havia sido feito pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), em reunião recente com Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula. De acordo com os empresários do setor, a indústria química foi fortemente atingida pelas privatizações das principais redes de gasodutos da Petrobras. E também pelo fato da estatal não ter mais uma política de investimento a longo prazo para o setor.

Fonte: RBA

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