Urbanitários realizam ato no STF nesta quarta por aprovação das ADIs do saneamento



Urbanitários realizam ato no STF nesta quarta por aprovação das ADIs do saneamento

Está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira (24) o julgamento das Ações Direta de Inconstitucionalidade (ADIs ) nºs 6536 e 6492 que contestam a Lei 14.206 do governo de Jair Bolsonaro, que preveem a abertura do setor de saneamento à iniciativa privada.

Se os ministros do STF considerarem a lei inconstitucional estará garantida a proteção das políticas públicas de saneamento, impedindo que a lógica do lucro se sobreponha ao direito à água.

Para pressionar os ministros a votarem a favor da população e não do capital, a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), juntamente com sindicato de urbanitários de todo o Brasil, além de movimentos sociais e partidos de oposição, vão realizar um ato em frente ao Supremo reunindo trabalhadores para defender o saneamento público de qualidade, durante a sessão de votação.

A intenção é chamar a atenção dos ministros do Suprema Corte e da sociedade em geral sobre os riscos da privatização do saneamento, que destrói as empresas públicas e, por consequência, impede o direito universal aos serviços.

Além da manifestação presencial, também haverá mobilizações nas redes sociais, com tuitaço - #STFSaneamentoNãoÉMercado, marcado para às 11h.

A ADI 6536 foi ajuizada pelos partidos PT, PSol, PCdoB e PSB, em 11/8/20, e um dos pontos descritos na ação é que a lei que alterou marco legal do saneamento representa risco de dano iminente ao dever da administração pública de ofertar a todos o acesso a bens essenciais em função do princípio da universalidade dos serviços públicos, cuja máxima determina que sua prestação não deva distinguir seus destinatários. A ADI 6492 foi protocolada pelo PDT.

A Lei 14.206 e os riscos da privatização

A lei 14.026/20, sancionada em julho de 2020, modificou o marco legal do saneamento e representa a desestruturação das políticas públicas do setor, ao entregar os serviços de água e esgoto a interesses do capital privado, acaba com o mecanismo solidário do subsídio cruzado (que faz com que a arrecadação dos municípios mais ricos garanta os recursos necessários para viabilizar os serviços de abastecimento nas cidades menores) e inviabiliza as companhias estatuais e seus investimentos.

A história do Brasil e do mundo já mostrou os graves riscos da privatização do saneamento, que sempre resultam em aumentos exorbitantes de tarifas e queda na qualidade dos serviços. Em todo o mundo, não faltam exemplos de cidades que acumularam prejuízos econômicos e sociais após privatizarem os serviços de água e esgoto. Nos últimos anos, mais de 300 cidades tiveram que reestatizar o setor, após enormes danos causados à sociedade.

Fonte: CUT Brasil

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