UniverCemig foi jogada às traças



UniverCemig foi jogada às traças

Sindieletro já pediu reunião urgente para cobrar solução imediata

Mais uma vez o Sindieletro já procura os gestores da Cemig para denunciar e cobrar solução imediata para as condições estruturais e sanitárias na UniverCemig (antiga Escolinha de Sete Lagoas). A realidade no ambiente de trabalho é de alta insalubridade e alto risco de adoecimento ocupacional e acidente de trabalho. Ficou pior com as fortes chuvas que caem há semanas. Já estamos, inclusive, tentando contato com o RH para uma reunião urgente para tratar do assunto.

Além da comida de má qualidade fornecida pelo restaurante da UniverCemig, há cerca de dois anos e já denunciada pelo Sindieletro outras vezes, mostrando casos (com fotos e vídeos) de refeições estragadas e até com larvas servidas, os eletricitários e eletricitárias que trabalham e os que passam uma temporada no local para treinamento, cursos de qualificação e atualização convivem também com problemas estruturais e sanitários antigos. As fortes chuvas agravaram a situação.
São salas e alojamentos com muitas goteiras, inclusive com a água caindo sobre mesas e computadores, mofo nas paredes e tetos, luminárias quase desabando na cabeça dos trabalhadores, poças de água enormes no chão, rachaduras nas paredes e pintura se desfazendo.

A umidade é tão séria que há risco visível de curto circuito no sistema elétrico. Também há muita sujeira, com baratas “passeando” pelo chão de banheiros. Um trabalhador em treinamento chegou a passar mal em um dos alojamentos, devido ao mofo.

Houve obras recentes na sala 62, para receber um laboratório de imersão virtual, mas não resolveu. O forro que acabou de ser instalado apresenta goteiras porque o problema vem do telhado. Trabalhadores cansaram de pedir a manutenção do telhado antes da instalação do forro, mas não foram ouvidos.

Carta ao Sindieletro revela o drama e o descaso dos gestores

Em uma carta coletiva enviada ao Sindieletro foram revelados os detalhes da situação calamitosa. Segundo trabalhadores, a condição é de humilhações. “Estamos passando por humilhações desde a nova gestão que iniciou na empresa, no governo Zema”, enfatizaram.

De acordo com as denúncias, uma das primeiras medidas dos gestores zemistas foi acabar com a gerência da UnvierCemig e unificar a administração com outras em Belo Horizonte. Seguiram vários cortes de investimentos e de pessoal qualificado.

Houve a redução de mais de 50% do quadro de manutenção (faxina dos alojamentos, prédios de ensino, capina e limpeza da área externa), acarretando várias reclamações, pressão e sobrecarga de trabalho para os que ficaram.
Ao mesmo tempo, ocorreu a redução de instrutores e empregados do administrativo, com a aposentadoria, sem reposição do quadro de pessoal. Em consequência, veio mais sobrecarga de trabalho. Os companheiros remanescentes foram obrigados a absorver as demandas, que só aumentaram nos últimos anos.

A equipe de manutenção terceirizada foi toda mandada embora: pedreiro, carpinteiro, eletricista e bombeiro. Contratos de manutenção dos aparelhos de ar condicionado foram encerrados e, por isso, já tem mais de dois anos que não existe limpeza e manutenção.

A recepcionista foi demitida e hoje quem chega à UniverCemig não sabe a quem procurar. Até para resolver assuntos internos, trabalhadores ficam vagando pelo campus tentando achar alguém que possa orientá-los.

Recentemente, o trabalhador contratado para o almoxarifado, tendo atuado no local há mais de 20 anos, foi demitido, dentro das medidas de contenção de custos.

Para se ter uma ideia da redução de pessoal, segundo a carta, em 2015 eram 20 trabalhadores do administrativo e 27 instrutores. Já neste início de 2022 são 7 administrativos e 17 instrutores.

Redução do orçamento das refeições, mas diretores comem caviar

Enquanto a gestão de Romeu Zema na Cemig garantiu recursos de R$ 1,2 milhão para privilegiar 15 diretores da empresa com refeições de alto luxo durante um ano, na UniverCemig houve redução drástica do orçamento com a alimentação. A gestão interna do refeitório foi encerrada e desde então os trabalhadores e trabalhadoras se deparam com comida de péssima qualidade e, algumas vezes, estragadas e até com larvas. O café da manhã passou a ser de um pão, cinco bolachas, café e uma maçã. No almoço e na janta as carnes foram substituídas por salsichas, nuggets, bife de hambúrguer e miúdos de frango. Com a pandemia, o restaurante começou a fornecer marmitas, porém, não se mexeu na qualidade. Recentemente, foi também encontrada larva em um dos marmitex.

É uma situação que embrulha o estômago e causa mais indignação ainda quando se sabe que o preço das refeições dos diretores garante o privilégio de pratos com camarão, lagosta e caviar.

Nas contas do Sindieletro, são R$ 100 mil por mês para gastar com as refeições dos 15 diretores; e cada um deles é privilegiado com refeições ao custo de R$ 220 por mês.

Vale lembrar que o valor da alimentação para os eletricitários e eletricitárias em serviço de campo é de R$ 62 para o almoço, lanche e jantar. E quando cobramos o aumento desse valor, a empresa diz que não tem recursos.

Trabalhadores pagam por apostilas

Ainda de acordo com a carta coletiva, o material didático (apostilas) parou de ser fornecido aos trabalhadores-alunos como outra medida de economia. Quem quiser apostila deve pagar a impressão do próprio bolso.

A área de lazer, usada por companheiros que ficam dias e até semanas participando de cursos, foi abandonada; sinucas, totó e mesa de ping-pong estão quebradas há tempos. Quadras de peteca, vôlei e futebol também estão abandonadas, sem possibilidade de uso, por falta de manutenção.

Falta até o café: máquinas sem manutenção

As máquinas de café que foram colocadas em alguns prédios ficam paradas durante dias, esperando manutenção; a gestão do contrato fica em BH e os trabalhadores precisam contar com a sorte para conseguir o conserto e tomar um simples café.
“Kit sobrevivência”
Conforme os relatos, a situação está tão crítica que alguns supervisores estão autorizando eletricitários a se hospedarem em hotéis próximos à UniverCemig.

A indignação é tamanha que decidiram criar o já famoso “kit sobrevivência” para os que estão e os que vão chegando para os cursos. No “kit” é enfatizado:

NÃO ESQUECER DE PROVIDENCIAR: roupas íntimas; pratos e talheres; utensílios de limpeza; lâmpada reserva; resistência de chuveiro e outras ferramentas de consertos; repelente de insetos; e apostila impressa.

Sem diálogo com gerência

Os trabalhadores pediram para a direção do Sindieletro visitar o local, é o que está sendo tentado há tempos, sem sucesso. Os gestores da Cemig proíbem a entrada de dirigentes sindicais liberados em suas instalações, em todo o Estado.

Os trabalhadores também não conseguem o diálogo. “Já tentamos conversar diversas vezes com o gerente da empresa (Rômulo Provetti) e nada. Os problemas com os constantes cortes no orçamento têm gerado muito estresse e condições precárias de trabalho”, ressaltaram. Ainda segundo os trabalhadores, a maior vontade deles é que a diretoria da Cemig leve a sério os problemas e de,fato, resolvam. Eles se dizem desmotivados, mas não desprezam as consequências para a saúde e segurança no trabalho, e lutam pela integridade física e mental.

Gestão Zema com foco no desmonte, privilégios e privatização

Lembramos que a CPI da Cemig tem exposto os privilégios e os interesses escusos de gestores que chegaram com a gestão Zema na empresa. O partido do govenador, chamado Novo está fazendo exatamente, na Cemig e em todo o Estado, o que sempre fizeram as “velhas raposas da política”. Na Cemig, conforme revelou a CPI, os diretores são privilegiados com remuneração milionária, com restaurante “vip” e contratos de milhões sem licitação. E vendas de ativos a preços módicos, em processos suspeitos.

A gestão Zema perseguiu e demitiu gestores contrários às irregularidades e criou cargos de gerência e superintendência, eliminando boa parte de cargos de carreira. Ao mesmo tempo, persegue trabalhadores e cria clima de terror no ambiente de trabalho. Tudo isso para desmontar a empresa, precarizar as relações e condições de trabalho e, depois, privatizar.

Cemig, esse trem é nosso!

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