Na sexta-feira (03), no quinto dia da greve por tempo indeterminado de trabalhadoras e trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética (Sindieletro/MG), com apoio da CUT Minas e das entidades da base CUTista e dos movimentos sociais, como vem acontecendo desde o início do movimento, realizou ato na portaria da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O coordenador-geral do Sindicato, Emerson Andrada Leite, durante sua fala, enfatizou a importância da união para que luta por direitos da classe trabalhadora e, principalmente, em defesa das empresas públicas, do patrimônio do povo brasileiro e contra as privatizações sejam bem-sucedida.
Participaram do ato, entre outros dirigentes sindicais, o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho; o coordenador do Sindicato dos Petroleiros, Alexandre Finamori; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos (Sindágua/MG), Eduardo Pereira de Oliveira; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, Robson Gomes da Silva.
“Completamos hoje cinco dias da paralisação de trabalhadoras e trabalhadores da Cemig, em greve por tempo indeterminado. A nossa paralisação contou com o apoio de todo o movimento sindical e de todos os movimentos social durante toda a semana. Faço um agradecimento especial ao companheiro Alexandre Finamori pelo apoio que o Sindipetro vem dando ao Sindieletro. Ele foi essencial para a gente fizesse a mobilização que deu como resultado a abertura de novos canais de negociação, que até então estavam fechados”, disse Emerson Andrada.
“Mas, quando a gente vem fazer a luta conjunta, parte-se da compreensão de que não é possível o Sindieletro fazer a luta contra a privatização da Cemig, não é possível que o Sindágua lute contra a privatização da Copasa ou que o Sintect lute contra a privatização dos Correios se isso não for uma luta conjunta pela defesa do patrimônio público como um todo. Por isso a luta pela Petrobras como empresa pública precisa ser uma luta de todo o movimento sindical, dos movimentos sociais e de toda a população brasileira. A luta isolada está fadada ao fracasso”, analisou o coordenador-geral do Sindieletro/MG.
Apesar da greve, os eletricitários vão atender ocorrências de urgência. "O Sindieletro tem responsabilidade com a sociedade de garantir a continuidade e a qualidade do fornecimento de energia elétrica para a população mineira, de modo que as urgências e emergências permaneceram atendidas”, informou Emerson de Andrada Leite.
“Não podemos desanimar. O que está acontecendo conosco, trabalhadoras e trabalhador da Copasa, da Cemig, dos Correios, não é diferente do que acontece com vocês, petroleiras e petroleiros. Há três anos nós tentamos negociar com a diretoria da Copasa, que veio para privatizar, sucatear a empresa. Estamos há três anos sem reajuste pela inflação, porque precisam fazer isso para demitir trabalhadoras e trabalhadores e privatizar a Copasa. E o pior, oferecem retirada de várias conquistas. E principal delas é a garantia de emprego. Nós estamos nessa luta desde o início do governo de Romeu Zema. E não estamos ‘arredando o pé’, como dizem os mineiros. Não vamos ‘arredar o pé’ e deixar a nossa empresa ser privatizada”, afirmou o presidente do Sindágua/MG.
Sob investigação, gestão Zema ataca direitos e tenta destruir a Cemig
A categoria acusa o governo Zema de atacar os direitos dos trabalhadores, de ter implantado na Cemig uma política para antecipar a privatização da empresa. Segundo eles, a estatal está sendo desmontada pelo governo para ser privatizada.
A Cemig é alvo de uma CPI na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que aponta várias irregularidades cometidas pelos gestores indicados pelo governador. O Sindieletro-MG apoia incondicionalmente a CPI e defende o afastamento do presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, até que sejam concluídas as apurações.
Fonte: CUT Minas