Enquanto o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer vendia em lance único e sem concorrência para a empresa Equatorial, a distribuidora de energia Cepisa, do Piauí, 93% dos 10 mil trabalhadores e trabalhadoras das distribuidoras de energia do Norte e Nordeste cruzavam os braços em protesto contra as privatizações. A manifestação de 48h começou na quarta (25/7) e terminou na quinta-feira (26/7), por volta das 17h30.
A luta dos trabalhadores continuará, pelo menos, mais um mês para evitar que o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer venda até 30 de agosto outras distribuidoras de energia do sistema Eletrobras: a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), a distribuidora Boa Vista Energia, de Roraima, e a Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas Energia).
Nailor Gato, vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU–RO), explica que está marcada para o próximo dia 3 de agosto, em Brasília, uma reunião com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) para discutirem um calendário de lutas e mobilizações contra as privatizações e o desmonte da Eletrobras.
“Nesta data, o Congresso Nacional terá voltado do recesso parlamentar e nós queremos impedir a aprovação pelo Senado do PLC nº 77, editado por Temer, com a pretensão de privatizar as distribuidoras de energia”, explica o dirigente.
Além do desemprego que ronda a categoria, os eletricitários se preocupam com a população, especialmente os mais pobres, que devem pagar mais caro pelo preço da energia elétrica, já que a iniciativa privada visa o apenas o lucro em detrimento de uma política pública social.
A batalha judicial contra a privatização da Eletrobras
A única distribuidora que ainda não tem data marcada para o leilão é a Companhia Energética de Alagoas (CEAL), que está incluída na liminar concedida, no dia 27 de junho, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, proibindo o governo de privatizar empresas públicas sem autorização do Legislativo.
O ministro atendeu à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/Cut). As entidades protocolaram ação questionando o dispositivo da Lei das Estatais (13.303/2016).