Um acidente, sem vítimas, escancara a fragilidade dos contratos de terceirização da Cemig



Um acidente, sem vítimas, escancara a fragilidade dos contratos de terceirização da Cemig

Um acidente de trabalho ocorrido no dia 30 de outubro passado, envolvendo a empreiteira a serviço da Cemig, Eletrocamp Construções Elétricas e Civis, felizmente sem vítimas, confirmou, mais uma vez, o que o Sindieletro sempre denuncia: a fragilidade dos contratos de terceirização e a perda de controle dos processos de trabalho das empresas terceirizadas contratadas.

Uma equipe da Eletrocamp, na zona rural de São Sebastião do Paraíso (Sul de Minas), usava um caminhão munck da Cemig para levantar e instalar um poste de 19 metros. Até que, no momento da instalação, no solo, com o poste em posição vertical, houve um estalo e fumaça no guindaste veicular. O poste caiu, assustando toda a equipe de trabalhadores que realizava a tarefa.  Felizmente, foi só um susto. Mas o caminhão munck da Cemig foi danificado e vai precisar de reparo.

A Cemig informou que aconteceu um rompimento da mangueira e/ou válvula de segurança do guindaste veicular, provocando a descompressão do sistema hidráulico, com a queda do poste e do braço elevatório do equipamento. A empresa também anunciou que a causa do acidente está sendo apurada.

Questionamentos

O acidente sem vítimas suscita alguns questionamentos do Sindieletro. São perguntas para reflexão e que exigem respostas da empresa. Por que a empreiteira estava usando um caminhão da Cemig? No contrato dos serviços, não foi exigida da empreiteira toda a estrutura para as tarefas, incluindo veículos adequados para instalação de postes? Qual vai ser o prejuízo para a Cemig? Quem vai pagar? A empreiteira vai ressarcir os prejuízos?

Esses questionamentos são também dos trabalhadores que, diariamente, procuram o Sindicato para denunciar situações irregulares na empresa. Escutamos, conversamos e cobramos respostas e soluções da Cemig. Mas a estatal sempre se esquiva de nos dar retorno.

Para o Sindieletro, é mais uma prova de que os contratos com as empresas terceirizadas são frágeis e que a Cemig contrata empreiteiras que não dispõem de recursos para a execução das tarefas definidas no contrato de serviços.

Somos totalmente contra à utilização de recursos da Cemig (portanto, do patrimônio do povo mineiro) para suprir a falta de estrutura das empreiteiras, com o uso de recursos da empresa pelas terceirizadas. Sabemos que as empreiteiras não usam só veículos da Cemig, mas também outras ferramentas e materiais.

Além disso, existe a falta de estrutura para garantir saúde e segurança aos companheiros terceirizados. Esse acidente da queda do poste foi um risco potencial à vida dos trabalhadores envolvidos. Felizmente, não houve vítimas e nós, Sindicato, estamos aliviados pela equipe de trabalho sair ilesa.

Nunca vamos deixar de cobrar da Cemig informações sobre os contratos de serviços terceirizados, pela transparência, em defesa da estatal e, sobretudo, pela vida dos trabalhadores. Cobramos, ainda,  que a empresa retome o controle dos processos de trabalho, sobretudo da terceirização.

#Nãovaleprivatizar

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