Tudo parado

Setembro termina sem respostas da Cemig

A empresa criou uma porção de mesas temáticas, prometeu diálogo permanente e transparente, gerou muita expectativa, mas o pouco que andou dependeu de muita pressão da categoria. Agora é o calendário do ACT que ainda não decolou. Até o fechamento dessa edição do Chave Geral, não havíamos conseguido a resposta da Cemig para agendar a entrega da pauta de reivindicações e combinar o cronograma de negociações. Será que a categoria vai ter que aumentar a pressão já na largada da campanha?

A Cemig tem colocado um cenário difícil para a negociação, alegando a necessidade de fazer caixa para participar dos leilões das usinas. Mas lembramos que nunca houve conjuntura fácil para os eletricitários e que toda conquista nossa sempre veio foi da mobilização.

Se está difícil para a Cemig, imagine para os trabalhadores! A pauta exige conquistas salariais imediatas em função da produtividade medida nos últimos anos, do descumprimento da verba do PCR, das injustiças acumuladas por anos de cortes de conquistas e avaliações de “honra ao mérito gerencial”. Mas as reivindicações trazem, também, o debate sobre condições de trabalho, o que depende mais da determinação por mudanças estruturais do que de caixa. Cobramos o fim da terceirização, transformações na gestão da empresa, a manutenção das concessões das usinas com a Cemig GT e muitos outros pontos que vão além de uma conjuntura financeira adversa, mas que é momentânea.

O futuro da Cemig depende da coragem de mudar, e agora é hora de lutar e conquistar o que foi construído pela categoria em todos os anos de resistência e dedicação. Passados nove meses da troca de governo e da direção da empresa, cobramos o anunciado nascimento de uma nova Cemig, com justiça, oportunidades e com uma gestão transparente, que respeite os eletricitários e a sociedade.

Os trabalhadores que construíram coletivamente a pauta vão ter que manter a participação ativa em todas as fases da campanha para terem o ACT que merecem. Fique atento às notícias e à agenda da campanha, pelo visto, já vamos ter que começar abrindo portas.