As eleições se aproximam com duas fortes manifestações artísticas contra o atual presidente da República e seus seguidores incondicionais, popularmente chamados de bolsominions. Trinta artistas lançaram, no Youtube, o vídeo Hino ao Inominável, com letra de Carlos Rennó e música de Chico Brown e Pedro Luís. E o cantor e compositor Chico César já divulgou em suas redes sociais a canção Bolsominions.
“A arte também tem o propósito e a potência de manter a memória. Neste caso, a memória de tempos tenebrosos”, afirma, também em rede social, a cantora Mônica Salmaro. “De um governo que carregaremos como uma vergonha histórica para sempre. O governo do ódio, do desrespeito, do descaso, da falta de solidariedade e empatia, da mentira descarada, da ignorância e da morte.”
Atualmente em turnê pelo país com Chico Buarque, a artista fala ainda sobre o futuro. Mas lembra que o estrago atual é grande e vai demorar a ser reparado. “Um dia (no que depender de mim, já no primeiro turno), começaremos a juntar os nossos cacos, a buscar recuperar o que puder ser recuperado e a mostrar, para quem ainda se ilude, o tamanho monstruoso do rombo que sofremos.”
Segundo Rennó, o vídeo é um “manifesto poético-vídeo-musical contra o ódio, a violência, a destruição e outros horrores q chegaram ao poder no país, feito pra colaborar para a não reeleição do pior dos piores mandatários da nossa história”.
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Bolsominions e o sequestro da fé
Já Chico César explicou o objetivo de sua criação, que chamou de “reggae quase punk de protesto, ao modo de Peter Tosh ou The Clash”. Segundo ele, é uma canção em defesa da fé cristã “e uma crítica a um grupo político de inspiração fascista que sequestrou de modo bastante hipócrita parte significativa das igrejas e o rebanho que professa essa fé”.
Além disso, tem destinatário preciso, acrescenta o compositor. “Os verdadeiros religiosos sabem que a crítica não se dirige a eles mas sim aos vendilhões do templo, gente que cultua o deus dinheiro, as armas, a terra plana, a negação da ciência, a misoginia, o racismo, a perseguição à diversidade sexual.”
Por Vitor Nuzzi, da RBA