O Sindieletro lamenta profundamente o acidente de trabalho fatal ocorrido com três eletricitários da empreiteira Connorte Construções e Serviços Ltda na quinta-feira, primeiro de outubro. Edivaldo Cardoso da Silva, 32 anos (iria completar 33 no próximo dia 23), Leandro de Souza Freitas, 38, e Wagner Augusto dos Santos, 25, morreram eletrocutados durante um trabalho na rede da Cemig, no KM 75 da MG 10, próximo ao acesso a Jaboticatubas, na região Metropolitana de BH.
Estamos apurando mais detalhes dessa tragédia que tentamos evitar a todo custo, todas as vezes que cobramos da Cemig a implantação de uma política rigorosa de saúde e segurança também para os eletricitários terceirizados, a partir de propostas e interlocução com a organização dos trabalhadores e trabalhadoras. Acompanhamos o caso e também nos solidarizamos com os familiares e amigos dos três eletricistas.
Pelo Boletim de Ocorrência a que tivemos acesso, as testemunhas do acidente, entre elas, colegas da equipe de trabalho dos três eletricistas, disseram que eles atuavam em rede de alta tensão desligada. Mas, num determinado momento, Wagner Augusto dos Santos, em cima do poste, sofreu um choque elétrico. Ele caiu, já sem vida. Leandro de Souza e Edivaldo Cardoso estavam também em cima de outro poste, paralelo, e foram avisados por colegas da equipe, apavorados, para ficarem quietos e atentos, pois não se sabia a causa da energização. Infelizmente, o aviso foi inútil, e os dois também foram vítimas de choque, sendo retirados, pelos Bombeiros, de cima do poste.
A Cemig informou que já foi instaurada uma comissão para apurar as causas do acidente, com resultado previsto para sair em 30 dias. Só não informou que o Sindieletro não pode participar de análise de acidentes de trabalho que envolvem eletricitários terceirizados. Há décadas o Sindicato reivindica a participação em apuração aos moldes do que já é garantido para acidentes com os trabalhadores próprios. Mas a empresa sempre se nega. Se pudéssemos participar da análise, certamente toda a estrutura do Sindieletro seria usada para subsidiar a investigação, com apoio técnico e jurídico.
Coordenador denuncia
O coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, lembra que a terceirização de atividades de manutenção e construção de redes da Cemig ocorre desde a década de 90. Segundo ele, de 1999 a 2013, o Sindicato levantou dados que apontaram: uma morte a cada 45 dias de trabalhadores a serviço da Cemig; também contabilizou centenas de casos de eletricitários mutilados, vítimas de choque elétrico.