Trabalho precário



Trabalho precário

A súplica desesperada, ao Sindieletro, veio de um grupo de 10 trabalhadores do Consórcio Selt/ Remo, instalados em um alojamento na rua Itararé, 320, bairro Icaraí, em Divinópolis.

Os eletricitários que moram na região metropolitana de Belo Horizonte foram enviados à cidade no início de maio para um curso de reciclagem de eletricistas na Usina de Gafanhoto, com duração de 30 dias. O consórcio prometeu hospedagem em hotel confortável, com café da manhã, e os trabalhadores poderiam visitar as famílias. Quando chegaram, a realidade foi bem diferente e muito decepcionante.


Vítimas do descaso e da ganância

Toalhas molhadas são penduradas em varais improvisados ou em cima das camas, não há armários ou faxineira e a sujeira se acumula. Quebrada, a pia da cozinha é um acessório inútil, até porque não existe fogão no “alojamento”. As despesas com transporte para visitar as famílias teriam que ser arcadas pelos trabalhadores. O alojamento, se é que se pode dar esse nome, possui apenas dois quartos, não tem camas suficientes para todos e colchões foram espalhados até na cozinha. A fiação elétrica está em péssimo estado. No banheiro, o vaso sanitário está solto e o piso inundado pelo esgoto.

Sem ter como cozinhar e sem dinheiro, os eletricitários não tomam o café da manhã. A Selt/Remo só fornece o almoço e jantar. Faltam roupa de cama e cobertores; alguns trabalhadores adoeceram por causa do frio. Um eletricista mais precavido revela que levou duas cobertas, mas, em solidariedade, cedeu um cobertor para um companheiro de infortúnio.

Diante de tanto descaso com os trabalhadores, a diretoria do Sindieletro questiona a Cemig por que ainda mantém sua marca ligada a uma empreiteira que não cumpre a legislação trabalhista, a NR10, fere a dignidade, desrespeita os mínimos direitos dos trabalhadores, e aloja os empregados em uma senzala.






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