A centrais sindicais CUT, Força e UGT fazem nesta segunda-feira, a partir das 10h, uma passeata pela Avenida Paulista em apoio à Jornada Mundial pelo Trabalho Decente. A jornada é convocada pela Confederação Sindical Internacional (CSI) e pela Confederação Sindical das Américas (CSA), e promove manifestações desde 2008.
Antes, às 9h, haverá um ato diante de uma concessionária da Nissan, na Mooca (zona leste), em solidariedade aos trabalhadores da empresa nos Estados Unidos e de repúdio às práticas consideradas antissindicais da montadora – que coíbe campanha de sindicalização na unidade do estado do Mississipi.
De acordo com o secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre, a montadora japonesa foi escolhida por conta de denúncias principalmente nas plantas dos Estados Unidos, onde a multinacional impede que os trabalhadores se organizem e estejam filiados a sindicatos. “Cada vez mais o capital é internacional, e a luta da classe trabalhadora também deve ser. Em pleno século 21, não é possível mais conviver com empresas que desrespeitam os direitos dos trabalhadores, principalmente de organização sindical”, destacou.
A atividade será reforçada por categorias em campanha salarial neste segundo semestre: bancários, químicos, metalúrgicos, comerciários, trabalhadores nos Correios e petroleiros, que levarão suas pautas às manifestações.
Trabalho decente é aquele adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e capaz de garantir uma vida digna aos trabalhadores, segundo conceito estabelecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A OIT é um fórum tripartite, onde se reúnem representantes de governos, empresários e trabalhadores. O Brasil é signatário do esforço pela promoção do trabalho decente desde 2003.
Três anos depois, foi elaborada a Agenda Nacional do Trabalho Decente, que inclui a geração de empregos com igualdade de oportunidades, a erradicação do trabalho escravo e infantil e o fortalecimento do diálogo social. “Um dos temas que mais preocupa os trabalhadores brasileiros é a ameaça que representa a votação e aprovação do PL 4330, que desestrutura todos os direitos e garantias conquistadas desde a fundação dos sindicatos no Brasil. É uma reforma trabalhista excludente com o claro objetivo de desregular e precarizar as relações de trabalho no País”, afirma Sérgio Nobre.
Juventude
O Comitê de Juventude da Coordenadora das Centrais do Cone Sul (CCSCS) promoverá um tuitaço, como parte das atividades do Dia Mundial do Trabalho Decente, também nesta segunda. A ação está marcada para as 17h com as hashtagsc #TrabajoDecente (#TrabalhoDecente) e #jovenesTienemDerecho (#jovensTemDireito), em vários países do continente.