Trabalhadores trazem relatos do dia a dia na empresa em audiência na ALMG



Trabalhadores trazem relatos do dia a dia na empresa em audiência na ALMG

Trabalhadores presentes na audiência deram seus depoimentos sobre o clima na Cemig, sobre aspectos de saúde e segurança e relações de trabalho. “Há pilares que precisamos seguir a partir de normas regulamentadoras para segurança. Ficamos muito chateados quando vemos as revisões em normas baseadas nas NR’s para que haja o desvio de procedimento. Com o desvio de procedimento, você pode desempenhar uma série de funções sozinho. Há trabalhadores atuando por até 12h”, denunciou o coordenador da regional Mantiqueira do Sindieletro, Fábio Souza Parreira.

O eletricista Henrique de Paula relatou o breve treinamento aplicado aos novos eletricistas e refutou a fala do superintendente de Gestão de Pessoas da Cemig, Brunno Viana, sobre a experiência dos contratados. “Há trabalhos no sistema elétrico de potência que são executados sozinhos. Se um funcionário sofrer um acidente sozinho, quem vai socorrer ele? O consumidor presente, que não tem treinamento? A CIPA hoje é um instrumento inócuo, que não cumpre sua proposta. Segurança do trabalho se tornou um instrumento persecutório”, denunciou.

O companheiro eletricista Matheus Oliveira confrontou o discurso e a prática dos gestores da empresa. “Os gerentes reuniram a turma de vários setores e fizeram um discurso muito legal sobre segurança. Um colega aproveitou a ocasião e trouxe a relação entre os acidentes de trânsito e a instrução por EAD. Então, os gerentes fizeram um 180º no discurso. A segurança é importante no diálogo, mas se atrapalha a produtividade, não. Para eles, três dias de instrução presencial a cada cinco anos é muito”, relatou. É importante lembrar que houve acidente de trânsito fatal no Norte de Minas há poucas semanas.

O secretário-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, trouxe a reflexão sobre a privatização predatória que não poupará ninguém dentro da Cemig. “É importante ver a gestão da empresa aqui para estabelecer o debate. Mas lamento ver trabalhadores que entraram na empresa como eletricistas e que sucumbiram a uma gestão que degrada a vida e a empresa. Ninguém está a salvo no projeto de privatização, haja visto as demissões na gerência”.

Jefferson também questionou Brunno Viana sobre a comparação feita entre a PLR 2017 e a PLR 2022: “Em 2017, não tínhamos uma assembleia da categoria aprovando a proposta. Em 2022, nós temos uma aprovação da categoria dentro do prazo da Justiça, reconhecido por lei. O diretor Marney foi até Juiz de Foradizer que pagariam a PLR se a categoria aprovasse em assembleia. Com o Sindieletro, é esse revanchismo”, pontuou.

“Não podemos sair daqui sem uma agenda envolvendo a ALMG para resolvermos os impasses que são colocados. Precisamos do presidente Reynaldo Passanezi sentado aí [na mesa de audiência pública na ALMG] para prestar contas do desmonte praticado na Cemig”, finalizou.

Por fim, foram realizados encaminhamentos solicitando informações sobre o acidente de Gabriel Luciano, justificativa para manutenção das agências terceirizadas, estratégias de coibição de práticas de assédio, números de acidentes na empresa e agendamento de reunião com a mediação da ALMG sobre a PLR 2022.

 

Você pode assistir à audiência pública do dia 13 de julho na íntegra pelo canal de Youtube da ALMG:

 

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