Ato em frente à portaria da Cemig em Ponte Nova, na segunda-feira (09), foi marcado pela solidariedade e a indignação dos eletricitários contra o processo policial conduzido pelo araponga AmilcarFelippo, subordinado ao gerente Luiz Cláudio Cenízio, da Gerência de Segurança Patrimonial (GE/SP) e pelo diretor de Gestão empresarial, Márcio Serrano, que culminou na demissão por justa causa dos trabalhadores, Cláudio de Oliveira Lopes, e Fábio Rogério Souza, este, diretor do Sindieletro.
Durante o ato, a diretoria do Sindieletro questionou a legitimidade do processo de investigação da empresa, que exclui a participação do Sindicato, sem dar a garantia de dignidade, a ampla defesa e o contraditório. Na prática, quando o Sindicato e os trabalhadores têm conhecimento das investigações, a sindicância está praticamente concluída.
Outra irregularidade apontada pelo Sindieletro foi a demora na apuração. Embora o Manual de Organização da Cemig estabeleça em seu item 3.11 que a sindicância deve ser concluída em 30 dias, os trabalhadores ficaram afastados do serviço por sete meses.
Para o coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Leandro, o ato em Ponte Nova não foi somente uma prerrogativa do Sindieletro, nem por se tratar de demissão de um dirigente sindical, “Fomos convictos da possibilidade de reverter as punições devido aos equívocos apontados pelo Sindieletro no processo de sindicância”, disse. Jefferson ressalta que o espírito de solidariedade é a maior virtude da classe trabalhadora. “E isso nos impulsiona a lutar por justiça e pela valorização dos trabalhadores, que por sua competência técnica, são imprescindíveis para salvar a Cemig do sucateamento”, conclui.
Para o coordenador do Sindieletro na Regional Mantiqueira, Edvaldo dos Santos, a categoria está desapontada com a decisão da empresa, que foi baseada em fatos do cotidiano dos trabalhadores e fazem parte de suas rotinas de trabalho. Para ele, os motivos apontados pela Cemig não justificam a punição imposta. “Se existem problemas, estão relacionados ao processo de trabalho, e não à conduta dos eletricitários”, questiona.
O Sindieletro repudia a forma como o processo foi conduzido e questiona: por que denúncias de desvios de materiais contra as empreiteiras não resultam em sindicâncias e punições?