Trabalhadores da Sabesp decidiram aderir à greve geral no dia 3 de outubro contra a privatização dos serviços essenciais em São Paulo. Em assembleia extraordinária virtual na terça-feira (26), realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), a decisão foi praticamente unânime, com 98% de apoio à paralisação.
Na semana passada, ferroviários e metroviários já haviam decidido pela greve de 24 horas no próximo dia 3. Além da Sabesp, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também pretende entregar à iniciativa privada todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô.
De acordo com o diretor de imprensa e comunicação do Sintaema, Anderson Guahy, a assembleia contou com representantes de todos os 370 municípios do estado de São Paulo onde a Sabesp opera atualmente. Assim, a previsão é que a paralisação atinja todas as localidades.
Além disso, no mesmo dia da greve, os trabalhadores da Sabesp vão realizar um ato público em frente à Estação Elevatória de Esgotos (EEE) Ponte Pequena – a primeira do estado – na zona norte da capital paulista.
Unidade dos trabalhadores
Nesse sentido, o presidente do Sintaema, José Antonio Faggian, afirmou que vem crescendo a mobilização contra a privatização da Sabesp. Ele agradeceu o apoio de movimentos sociais e de setores da classe política que entendem que privatizar o serviço de água e esgoto é um retrocesso.
“O governador Tarcísio vai enfrentar a unidade dos trabalhadores do saneamento, ferroviários e metroviários. Ele resolveu ignorar os trabalhadores e a população e acelera a privatização. Não vamos descansar até esse projeto ser enterrado”, afirmou.
Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que participou da assembleia, a privatização da Sabesp é um “ataque gravíssimo” ao interesse público. Ele afirmou que a empresa é estratégica para promover o bem-estar da população. E ressaltou que privatizar vai acarretar na precarização de um serviço que é um “direito básico” da população.
Plebiscito
Além da greve no dia 3, os trabalhadores dos serviços essenciais estenderam por mais um mês, até o dia 5 de novembro, o Plebiscito Popular contra as privatizações. A iniciativa conjunta foi lançada no início do mês. Com urnas e cédulas em pontos de grande circulação de pessoas em todo o estado, os sindicatos querem dialogar com a população. Desse modo, a pauta da greve vai exigir de Tarcísio que pare o processo de privatizações imediatamente. E que o governo consulte a população através de um plebiscito oficial.
Por Tiago Pereira, da RBA