Na tentativa de criar um clima de medo e assim desmobilizar a categoria, a Remo demitiu no último dia 08 de março um trabalhador que ela julgou ser liderança do movimento por salário justo e um plano de saúde decente.
O que a Remo não esperava é que essa atitude covarde fosse gerar uma revolta geral e que de maneira consciente e unida os trabalhadores fariam um grande ato de protesto, paralisando suas atividades.
Diante do protesto, mais uma vez os representantes da empresa, principalmente na pessoa do Senhor Rabelo, deram um show de horror e despreparo.
Chamaram todos trabalhadores para uma sala e tentaram convencê-los de iniciar uma negociação direta sem a presença de ''sindicatos".
Chegaram ao ponto de exigir a entrega das ferramentas e dos veículos de todos trabalhadores em luta. Foi preciso um grande número de trabalhadores anunciarem que entregariam suas carteiras de trabalho para a empresa voltar atrás.
Depois de horas de paralisação, o trabalhador que havia sido escolhido para ser demitido, com a nítida intenção da empresa de amedrontar os demais trabalhadores, foi readmitido.
As dezenas de vozes bradavam por uma só frase, " Não temos liderança, se demitir um, vai ter que demitir muitos, estamos juntos nesta luta!".
Nova proposta
Os trabalhadores aproveitaram a presença de companheiros de várias cidades para fazerem uma nova proposta para a empresa.
A pauta consta um salário-base de R$ 1.574,00 (a empresa paga hoje apenas R$ 1.280,00 de salário-base) e a concessão de 60 dias para a contratação da Unimed. Essa pauta foi assinada pelos trabalhadores presentes no ato e entregue para o Siticom e para a empresa Remo.
Até a presente data, a Remo não respondeu e tenta vencer os trabalhadores pelo cansaço.
Os trabalhadores preparam novas formas de luta em busca de uma resposta favorável da empresa.
Entenda o caso.
A data-base dos trabalhadores junto ao Siticom, sindicato da Construção Civil de Divinópolis, é em outubro. Os trabalhadores alegam que nunca tiveram acesso aos editais e acordos são formados sem a participação deles.
No último acordo firmado em 2021, a Remo deu prejuízo aos trabalhadores em 3% do salário, pois não concedeu sequer o reajuste pelo INPC. Além disso, a empresa tentou esconder do trabalhador que ele teria direito ao retroativo, visto que o índice não foi aplicado na data estipulada no ACT.
Várias outras irregularidades já foram descobertas pelos trabalhadores e serão cobradas a seu tempo.
Trabalhadores denunciam que ao procurarem o Siticom, encontram muitas dificuldades e que o sindicato tenta o tempo todo impedir a luta dos trabalhadores. Isso fica muito claro quando as atas das reuniões não levam em consideração os reais acontecimentos, negando inclusive a inclusão da pauta dos trabalhadores.
“A situação é tão séria que até um abaixo-assinado feito pelos trabalhadores especificando a pauta e exigindo a declaração de Estado de Greve, foi recusado pelo Siticom. Isso mesmo, o presidente do sindicato recusou o nosso pedido para encaminhar nossa solicitação à empresa”.
Todos os atos foram organizados pelo coletivo dos trabalhadores e, diante de tanta injustiça, o Sindieletro, na medida do possível, tem demonstrado solidariedade à luta dos trabalhadores.
Unidos, conscientes, com solidariedade e coragem, os trabalhadores continuam firmes no seu propósito