Práticas de assédio moral, retaliações e descumprimento de acordo revoltam trabalhadores
Na manhã desta sexta-feira, 31, o Sindieletro se reuniu com os trabalhadores da Gasmig, na Cidade Industrial. O clima na unidade da empresa, que já era ruim há muito tempo só piorou depois da implantação do sistema de rotação de trabalho (Job Rotation em inglês), em que o trabalhador deixa de ter uma função fixa e circula em várias áreas.
Entre os empregados o sistema foi apelidado de “Job Retaliation” já que, para eles, o real motivo da adoção do sistema foi a retaliação. A mudança veio depois que um gasista acionou a empresa na Justiça do Trabalho denunciando o desvio de função para cobrar o enquadramento funcional.
Em janeiro, vários técnicos gasistas participaram de uma audiência na Justiça do trabalho - inclusive engenheiros- mas somente os técnicos tiveram o dia cortado. A alegação da Gasmig é de que os trabalhadores, mesmo sendo parte interessada no processo, não tinham sido convocados pela Justiça.
Os gasistas relataram que são pressionados pela gerência a anotarem a opção pela compensação de horas extras, o que fere o Acordo Coletivo assinado. E mais, até para compensar as horas extraordinárias eles são constrangidos. Na maioria das vezes é o próprio gerente é que determina quando será feita a compensação.
E o autoritarismo e irregularidade não ficam por ai. Pelo ACT, as horas extras devem ser compensadas em até três meses ou pagas em dinheiro, o que não está sendo cumprindo. Pelo Acordo, as horas extras também não podem passar de um ano para o outro. Mas vários trabalhadores não tiveram como compensar as horas extraordinárias, cada vez mais comuns em função da falta de pessoal. A “solução” encontrada pela Gasmig, nas palavras dos trabalhadores, foi “sequestrar” as horas extras, descontando os dias concedidos pela própria empresa quando os feriados são emendados.
Os trabalhadores também denunciam que, depois que o cartão o cartão corporativo foi cortado, as despesas com hospedagens, alimentação e até do pedágio nas estradas são arcadas com dinheiro do empregado ou é usado o próprio cartão de crédito. Só depois o valor é reembolsado.
Enquanto isso, cedidos também são esquecidos
Já os trabalhadores da Cemig que foram cedidos para a Gasmig e estão solidários à luta dos gasistas, estão há 50 dias a espera de respostas às demandas apresentadas em uma reunião do dia 16 de fevereiro, entre Cemig, Gasmig, Sindieletro e os trabalhadores.
A Pauta da reunião já era de conhecimento da empresa, mas se arrasta sem solução. Dentre as pendências estão PCR; PPP e o descumprimento do ACT assinado pelo Sindieletro nos itens relacionados às horas extras e outros itens que a empresa não está cumprindo.