Terceirizados da Cemig são mandados para o olho da rua



Terceirizados da Cemig são mandados para o olho da rua

Além das demissões em massa de eletricitários do quadro próprio, trabalhadores de empreiteiras contratadas da Cemig também estão sendo mandados para o olho da rua. Com isso, a Cemig e empreiteiras contratadas promovem mais crise, agravam o desemprego, tudo pelo lucro, tudo contra a dignidade do trabalhador.

No Centro Integrado Sete Lagoas (CI), a empresa de conservação e limpeza Equipe, que atua no local há cerca de seis anos, demitiu dois porteiros,
na sexta-feira (1º) e segunda-feira (04). Os outros dois porteiros que ainda permanecem empregados já foram avisados pelo supervisor que também
serão desligados. Só ficarão os trabalhadores da limpeza. A alegação da empreiteira é a crise econômica.

Um dos trabalhadores que foi comunicado sobre a sua demissão em questão de dias e espera a aposentadoria daqui a quatro anos, passou mal e
nem conseguiu falar com a imprensa do Sindicato. “Ele está muito abalado psicologicamente”, justificou o diretor de base do Sindieletro em Sete Lagoas,
Giovane Nascimento Vieira.

Segundo Giovane, a Cemig pretende disponibilizar em Sete Lagoas a segurança armada da empreiteira TBI para tomar conta da portaria do prédio.
Ele acrescenta que os seguranças armados também estão apreensivos, porque são formados e treinados para rondas e atenção extrema aos riscos
de invasão e assaltos no ambiente de trabalho.

“Imagine os seguranças armados controlando a portaria, fazendo serviço administrativo, preenchendo formulários, entre outras atividades.
Eles estarão totalmente desprotegidos, porque vão ter outro foco no trabalho e, assim, correm risco de ataques, de ter a arma roubada. O bairro
onde está o CI é afastado da cidade e possui altos índices de violência”, revelou. No prédio trabalham mais de 70 eletricitários, com atividades
da distribuição e geração.

O dirigente sindical levou o problema para a CIPA do CI, cobrando uma discussão e proposta para solução. Ele defende a permanência dos trabalhadores
da Equipe no local.

Desumanidade

Giovane critica que as demissões mostram a grande falta de humanidade e desprezo da Cemig com os trabalhadores e com a saúde e segurança.
Segundo ele, quando o lucro cai, mesmo que a empresa continue no azul, com folga, a solução empresarial é sempre atacar o trabalhador
com demissões e retirada de direitos. Nunca enxergam que o demitido tem família para sustentar, tem uma vida inteira dedicada ao trabalho.

“Tanto na Cemig quanto nas empreiteiras, as demissões refletem a falta de humanidade, o desprezo pelos trabalhadores, desconsiderando que
eles têm uma vida familiar, dependem do emprego para sua dignidade. É muita frieza”, conclui.

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