Terceirização é isso aí! Trabalhadores da EPC parados



Terceirização é isso aí! Trabalhadores da EPC parados

Desde a quarta-feira (1º) os trabalhadores da empreiteira em Ponte Nova paralisaram as atividades. Não é caso isolado, a gestão da Cemig pela terceirização indiscriminada causa inúmeros problemas para os trabalhadores e a sociedade.


Denunciamos, no ano passado e no início de 2017, e cobramos solução, mas nenhuma atitude foi tomada pela Cemig e pela empreiteira EPC para sanar as irregularidades trabalhistas tão comuns e descaradas da terceirização.

Nesta sexta, três equipes “pesadas” de eletricistas (que usam caminhões) se concentram na portaria da empreiteira, em Ponte Nova. Os trabalhadores estão parados há três dias.

Eles não agüentam mais o desrespeito aos direitos trabalhistas. Mas eles lutam, eles cobram dignidade, resistem e não se deixam abalar pelas ameaças patronais.
A principal reivindicação dos eletricitários da EPC é o pagamento das horas extras, que a empreiteira sonega desde dezembro do ano passado. O trato era pagar dia 15 de fevereiro, não pagou. Os trabalhadores pararam. Depois, o combinado foi pagar em 28 de fevereiro, nada! Assim não dá!

Além da sonegação de horas extras, a empreiteira não cumpriu outras promessas. Falou que o vale alimentação seria de R$ 16,00, mas é de R$ 12,00, que o plano de saúde seria estendido para os familiares, mas até o momento a palavra não foi cumprida. Para o café, a EPC fornece R$ 2,00. Só dá para o café mesmo, nada de pão.

Ficha já é suja

Em dezembro a EPC atrasou os salários, mas a resposta veio rápida: equipes de Ouro Preto e Sarzedo realizaram manifestação em protesto. Aí várias denúncias vieram à tona: além do não pagamento das horas extras e redução do vale alimentação, a EPC desrespeita o intervalo entre jornadas (interstício) e o pagamento de sobreaviso.

A culpa é da gestão pela terceirização indiscriminada e predatória

A EPC assinou contratos com a Cemig no ano passado e começou muito mal. A outra empreiteira substituída já tinha vários problemas também. Aliás, os problemas causados pela EPC não são isolados, sonegação de direitos trabalhistas ocorre em toda a terceirização na Cemig.

Não só isso. A gestão da Cemig que só vê lucro na frente, optando pela terceirização indiscriminada, é responsável pelos problemas. Sem o controle do processo de trabalho e com as portas escancaradas para as empreiteiras, a empresa permite que trabalhadores sejam lesados, o consumidor tenha serviços de má qualidade e haja inúmeros prejuízos para a Cemig, como o retrabalho, obras atrasadas e multas da Aneel, entre outros.

O Sindieletro cobra há anos a primarização das atividades-fim, e a Cemig sempre falta com a palavra. A primarização acordada não foi cumprida, no seu mandato, o governador Fernando Pimentel prometeu contratar mais trabalhadores, o diretor Márcio Serrano anunciou na Campanha Salarial do ano passado que o edital do concurso sairia em uma semana, mas até agora, nada! Quatro meses de espera! A confiança está abalada e perguntamos: querem enganar a quem? Trabalhadores? A população? Quem vai pagar pelos prejuízos?

Ameaças e assédio

Não bastassem tanto desrespeito e promessas não cumpridas, um engenheiro da EPC esteve na paralisação de ontem (02) com ameaças aos trabalhadores. Ele até levou advertências para os eletricistas assinarem e anunciou que medidas de repressão seriam tomadas. Ora, ora, não cumpre a palavra de pagar o que deve aos trabalhadores e ainda vem com assédios? Que moral tem a empreiteira?

A direção do Sindieletro procurou o RH da Cemig para intervir e solucionar as irregularidades. É obrigação da empresa determinar que a empreiteira cumpra as regras do contrato de terceirização, sob pena de cancelar a contratação dos serviços. Cobramos intervenção imediata. Que se faça cumprir a lei!

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