O rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho, na última sexta-feira (25), e a prisão dos engenheiros terceirizados que emitiram declarações de estabilidade da barragem no segundo semestre de 2018, deve servir de alerta para o governador Romeu Zema, que pretende privatizar a Cemig.
De acordo com informações da própria estatal, a empresa possui, atualmente, 86 usinas hidrelétricas espalhadas em todo o Estado de Minas Gerais. Caso a Cemig seja privatizada, como quer o governador, a falta de fiscalização correta e de profissionais especializados poderá aumentar os riscos de acidentes e até mesmo de rompimentos.
E esse temor aumenta ainda mais com a proposta de privatização da Eletrobras: segundo informações da Agência Nacional de Águas (Ana), existem, no Brasil, 890 barragens de hidrelétricas.
De acordo com Fabiola Antezona, diretora do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Distrito Federal (STIU-DF), “há dois anos a ANEEL reduziu a verba destinada à fiscalização das barragens do setor elétrico, mas, mesmo assim, as empresas estatais não se descuidaram da segurança”.
Ikaro Chaves, também diretor do STIU-DF, ressalta que a fiscalização das barragens exige pessoas altamente qualificadas que “trabalham com total liberdade para apontar erros, inclusive contrariar a vontade de diretores. Por outro lado, nas empresas privadas, infelizmente, esses trabalhadores enfrentam uma pressão muito grande. Ou aprovam o que a diretoria das empresas determinam ou são demitidos”, diz.
Para o Sindieletro, a privatização da Cemig, além de ser um péssimo negócio para o Estado, pode elevar os riscos de acidentes nas barragens e produzir destruição e mortes de milhares de pessoas.
NOSSA VIDA VALE MAIS! NÃO À PRIVATIZAÇÃO!