O leilão de 18 lotes de empreendimentos do sistema Eletrobras, de norte a sul do país, realizado na quinta-feira (27), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), rendeu menos da metade do que o governo do golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) previa.
Foram arrecadados apenas R$ 1,3 bilhão, que representa apenas 42% dos R$ 3,1 bilhões de reais pretendidos pelo governo. E sete lotes não receberem ofertas.
Para os trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobras, quem mais perde com o leilão é o povo brasileiro, primeiro porque os milhões investidos pelo governo estão sendo jogados no ralo, depois com as contas de luz mais altas cobradas pelas empresas privadas.
Somente um dos três lotes da Eletrosul - o Hermenegildo, de geração eólica - recebeu investimentos de R$ 500 milhões de dinheiro público e o governo golpista quer vender os todos os lotes por apenas R$ 118 milhões, denuncia Fabiola Latino, secretária de Energia da Confederação dos Urbanitários.
“É a entrega do patrimônio público. Ainda bem que não teve comprador. Mas não sabemos ainda se os lotes não foram vendidos porque os compradores não tiveram tempo de organizar a documentação (o leilão foi marcado com prazo de apenas um mês entre o anúncio e sua efetivação), ou eles estão preocupados com as ações que os trabalhadores entraram junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que ainda aguardam posicionamento dos ministros”, diz Fabiola, que também é diretora-executiva dos Urbanitários do Distrito Federal.
Segundo ela, está marcada para esta sexta-feira (28), a partir das 9h da manhã, a audiência pública marcada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski para que sejam ouvidos os representantes dos trabalhadores sobre a venda da Eletrobras e de todas as empresas públicas, como a Petrobras. O ministro chegou a dar uma liminar para impedir os leilões da Eletrobras dizendo que a decisão da venda deve passar pelo Congresso Nacional.
Apesar da liminar de Lewandowski, dois lotes colocados para leilão são de empreendimentos em que a Eletrobras é majoritária, detendo 99% das ações que dão lucro para a estatal.
“Isto nos causou certo espanto, já que esses lotes foram objeto de questionamento junto ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo. O leilão deveria ser suspenso até o julgamento das matérias”, diz Fabiola Latino.
Para ela, o governo ilegítimo tenta quebrar a estatal. “Eles pegam empreendimentos rentáveis e entregam ao setor privado. A grande maioria dos lotes colocados à venda é de empreendimentos já praticamente pagos, e se forem vendidos quem comprar vai ter somente lucros que deveriam ser revertidos para o povo brasileiro”, lamenta a dirigente.
O leilão da Eletrobras
A elétrica Taesa, controlada pela Cemig e pela colombiana Isa , arrematou três lotes e a Alupar, dois.
As empresas Equatorial, Copel, J. Malucelli e Brennand Energia também levaram lotes, assim como o consórcio Olympus VI e a Serra das Vacas Participações.
Dentre os empreendimentos negociados, apenas dois registraram ágio - o lote J, que ficou com a Copel por um preço 20,35 % superior ao mínimo, e o comprado pelo consórcio Olympus VI, com ágio de 10 por cento.
CUT NACIONAL