Técnicos da Gasmig retomam trabalho mas seguem mobilização



Técnicos da Gasmig retomam trabalho mas seguem mobilização

Após reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os técnicos da Gasmig, em greve desde o último dia 6, decidiram retomar as atividades.

A primeira greve da história da Gasmig foi deflagrada devido à intransigência e o assédio da direção da empresa contra os trabalhadores. Para a assinatura do ACT e o pagamento da PLR, a Gasmig impôs aos técnicos a desistência da ação coletiva que cobra a aplicação do PCR no período de 2012 a 2016. Esses dois direitos foram negociados e aprovados em assembléias dos técnicos, no final do ano passado, mas não escritos em acordo pela empresa. A data-base dos trabalhadores foi em novembro.

Os técnicos rejeitaram a imposição da Gasmig de condicionar a assinatura do Acordo e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados à renúncia da ação do PCR e denunciam a prática de assédio moral com perseguições e retaliações dentro da empresa. O Sintec (Sindicato que representa os técnicos) entrou com Dissídio Coletivo para tentar resolver a situação.

Na audiência no TRT, a desembargadora Emília Facchini considerou o condicionamento de acordo à retirada de ações uma ‘chantagem’ por parte da Gasmig, e afirmou aos trabalhadores que o retorno ao trabalho seria um gesto de boa vontade. A magistrada recomendou que a Gasmig retome a proposta de dezembro para favorecer uma conciliação já na próxima reunião entre partes, marcada pra o próximo dia 14.

Os trabalhadores retomaram ao trabalho acreditando que a postura da empresa, depois da intervenção da desembargadora do TRT, Emília Facchini, será de negociação para viabilizar um acordo.

Assédio moral

Vários trabalhadores denunciam a prática de assédio moral dentro da empresa, com perseguições e retaliações. Na Gasmig, segundo alguns técnicos, não tem conversa da gerência com o pessoal, só o chicote!

Durante a greve, ouvimos vários trabalhadores que relataram que o ambiente de trabalho na empresa está horrível, causando adoecimento e desmotivação. Os técnicos afirmam que, apesar da pressão, não vão abrir mão de cobrar na Justiça a valorização das carreiras do PCR. “É uma questão de honra manter a ação”, disse um técnico.

Técnicos cedidos

A greve dos técnicos da Gasmig recebeu a solidariedade dos eletricitários da Cemig cedidos para a companhia de gás. Os trabalhadores da Cemig também cobraram do RH da Cemig uma resposta imediata às demandas que eles esperam solução há anos da empresa. Uma das demandas é a solução para o PCR para o quadro cedido. Há dez anos eles vivem o drama de não serem contemplados pelo PCR da Cemig e nem pelo PCR da Gasmig, devido às funções que exercem na companhia de gás.

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