Outro assunto que tem movimentado as discussões no âmbito do Conselho Deliberativo da Forluz é o aluguel dos edifícios Júlio Soares e Aureliano Chaves, ambos de propriedade da Fundação e que possuem contratos com a Cemig. Recentemente, a estatal mineira pleiteou, junto à Forluz, a redução do valor de locação dos dois imóveis em 10%, além de também requerer a não aplicação do reajuste anual pelo IPCA (10,39%), previsto em contrato para março, alegando “deterioração no mercado imobiliário”.
No caso do edifício Júlio Soares, a decisão do Conselho da Forluz já foi tomada e beneficiou os participantes. Tendo como base recomendação feita pelo Comitê de Investimentos da Forluz, os conselheiros rejeitaram o pedido da Cemig, fundamentados nos argumentos de que o valor de avaliação locatícia é superior ao valor da proposta feita pela empresa; que a não aplicação do índice de reajuste do contrato (IPCA) implica em um desconto de mais de 20% como proposto; por último, que o Plano A, necessita dos recebimentos referentes ao aluguel para assegurar a rentabilidade do plano(A), que apresenta déficit.
Já o caso do edifício Aureliano Chaves é mais complexo. Vejamos:
Revisão de valores – O “descontão”, também de aproximadamente de 20%, pedido pela Cemig no edifício Aureliano Chaves será discutido pelo Conselho Deliberativo da Forluz na próxima reunião, 07 de julho. Para o Sindicato, assim como no caso do edifício sede, a estatal deve honrar o contrato assumido com os reajustes previstos.
Andares vazios - Quando contratada pela Cemig, ainda na gestão de Djalma Morais, a construção do edifício Aureliano Chaves previa que três andares do prédio seriam ocupados pela Gasmig. Entretanto, a nova diretoria da empresa já se manifestou contrária à mudança para o local.
O problema é que, desocupados, os andares vão prejudicar a rentabilidade prevista na política de investimentos, aprovada. Vale lembrar que grandes empresas como o Google manifestaram interesse em ocupar todo prédio, mas a Cemig fez questão de assumir o contrato. Para o Sindieletro, mesmo que a Gasmig decida não se mudar para o novo prédio, esse é um problema de inteira responsabilidade da Cemig, que deve arcar integralmente com o aluguel.
Lembramos, também, que o prédio não é da Forluz, mas dos eletricitários, e que os rendimentos obtidos pelo aluguel são para garantir a rentabilidade de investimentos dos participantes da fundação.
Ainda não fez a mudança – A Cemig ainda nem fez a mudança para o edifício Aureliano Chaves e já propôs a sublocação do 23º para o Governo do Estado de Minas Gerais, para que sirva de gabinete de despacho para o governador.
O representante dos participantes, membro do Coletivo de Entidades (Sindsul, Federação dos Urbanos, Senge, AEA e Sindicato de Juiz de Fora) aprovou, juntamente com os conselheiros da empresa, a sublocação proposta pela Cemig. Já o representante apoiado pelo Sindieletro votou contrário à sublocação. Também votou contrário o representante da ABCF.
Para o Sindicato, a aprovação foi precipitada e precisaria ser avaliada com mais critérios. Entre vários fatores, lembramos que podem ocorrer problemas relativos à uma desocupação futura do andar, à logística interna do edifício, devido aos trâmites burocráticos e de segurança que cercam o governador, além da própria influência sobre o preço de mercado das lojas com compõe o prédio. Além disso, uma avaliação dodecreto de N° 46.983, de abril/2015, do governo cria áreas de segurança nos locais onde o governador e o vice governador trabalham, residam, estejam ou possam estar, pode trazer restrições aos trabalhadores.