A direção do Sindieletro se reuniu hoje pela manhã com os representantes da Cemig para discutir a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2014/2015). Mais de 35 dias depois da entrega da pauta de reivindicações, a empresa apresentou a proposta para o ACT, que se restringiu a apenas à reposição salarial pela inflação e tíquete extra a título de vale peru no valor de R$ 860,00, além da divulgação de um calendário para o pagamento do 13º salário, do salário de dezembro e do próprio vale peru.
O negociador terceirizado da Cemig, Renato Franco Correia da Costa, avisou que a direção da Cemig não vai negociar para a renovação do ACT mais nenhum item da pauta dos eletricitários, que a proposta é a de só garantir o reajuste pelo INPC (6,34%) das cláusulas econômicas. Questionado pela direção do Sindieletro sobre o fato de não ter autonomia alguma para negociar, limitando-se a ser apenas uma figura de garoto de recado, Renato admitiu que, realmente, não tem como debater as demais cláusulas da pauta de reivindicações, por determinação dos gestores da Cemig.
O coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, ressaltou que a Cemig, mais uma vez, foge do diálogo e da negociação de fato. Segundo ele, a empresa está pagando para ver a reação dos trabalhadores. Ele disse que a proposta é inaceitável e a estatal corre sério risco de piorar ainda mais a imagem que tem lá fora, de uma empresa que já foi citada pela Operação Lava Jato de ter contratado serviços do doleiro Alberto Youssef. Inclusive de ser alvo de um inquérito policial por ter depositado mais de R$ 4 milhões em conta de uma empresa de fachada do doleiro, quando intermediou a venda de suas ações na Guanhães Energia S/A para a Light Energia S/A. Além disso, a Cemig foi recentemente rebaixada em nota de credibilidade por uma empresa especialista em mercado financeiro por pagar excessivos dividendos aos acionistas, além de se manter dívidas altas.
Para os trabalhadores, ficam a frustratação e a indignação de ver a Cemig mais uma vez pagando altos dividendos para os acionistas, mais de 100% do seu lucro, e, ao mesmo tempo, permanecer insensível às expectativas da categoria. Mais lamentável ainda é que já são 12 anos sem diálogo, sem respeito.
Para o Sindieletro, chegou a hora das mobilizações serem intensificadas, ampliadas para lutas mais firmes. Os eletricitários, com certeza, com seu histórico de mobilizações vitoriosass, não vão aceitar tal proposta. Mais que isso: vão reagir à altura, dando resposta merecida à direção da Cemig.