No dia 14 de março, às 14 horas, a direção do Sindieletro se reuniu com o secretário de Estado de Planejamento, Helvécio Magalhães, e com o presidente da Cemig, Bernardo Salomão. Participaram da reunião o coordenador geral do Sindicato, Jefferson Silva, e os diretores Jairo Nogueira Filho (também secretário geral da CUT MG) e Arcângelo Queiroz. Na pauta, foi feito um balanço da gestão do mandato de Fernando Pimentel para os trabalhadores, na Cemig e no Estado.
Apesar da direção do Sindieletro reconhecer que o governo tomou algumas medidas importantes, como a redução da política de dividendos para o mínimo legal, de distribuição de 25% do lucro da Cemig para os acionistas, e a não adesão ao PLP 343/17 (o Governo Federal criou o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal para o pagamento de dívidas com a União, mas impôs contrapartidas como, privatizações de ativos dos Estados e congelamento de salários de servidores), avaliamos que a gestão da Cemig aprofundou a política neoliberal altamente danosa para os trabalhadores.
O Sindicato afirmou que essa política neoliberal da empresa é baseada na financeirização, onde a palavra de ordem é a otimização dos custos, trazendo vários prejuízos aos trabalhadores, aos processos e ao próprio sistema elétrico. Afirmamos, também, que o governador não cumpriu com os compromissos de campanha, principalmente sobre a primarização na Cemig. Como se não fosse suficiente, a empresa ainda reduziu o quadro de pessoal através de demissões arbitrárias e agressivos programas de desligamento voluntário, que tanto tem gerado problemas estruturais nos processos de trabalho dentro da empresa.
Hoje, os eletricitários acumulam dezenas de demandas que o RH não dá solução cabível. O Sindicato fez uma lista das demandas e apontou questões relacionadas a readaptações, assédio moral, transferências, PCR, Forluz, Cemig Saúde, descanso remunerado, horário diferenciado do plantão, transferências impostas a trabalhadores, situação dos cedidos para a Gasmig, Pendências do PPP, sindicâncias, credenciamento de técnicos de projetos em campo para a periculosidade, PLR de 2017, que não foi negociada, SAP lento, concurso público, demissões arbitrárias, trabalho individual de operador de usinas e problemas da Unimed no interior, entre outras.
O secretário e o presidente da Cemig disseram que vão tratar a pauta da categoria levada pelo Sindicato. O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, disse que essa medida é importante para a solução dos problemas acumulados há tantos anos na empresa, apesar das dificuldades internas impostas pelos gestores da Cemig para as necessárias soluções. Jefferson cobrou resposta para demandas que estão sendo negociadas há mais de dois anos sem solução.
Estamos unidos: a luta é coletiva e solidária!
“Reafirmamos que é importante o governo tratar da nossa pauta, mas o Sindieletro não vai ficar aguardando. A direção sindical está debatendo outras formas de tratar as questões, nos campos político e jurídico”, anunciou Jefferson Silva.
Como negociadores, sabemos da importância do diálogo, mas, durante todo o mandato de Pimentel, nada foi resolvido na Cemig. Pelo contrário, as condições de trabalho se deterioraram e a qualidade do serviço prestado à população piorou, e não por culpa dos trabalhadores (as), mas devido à gestão da empresa.
Dessa forma, fica difícil acreditar que reuniões em período eleitoral vão resultar em mudanças significativas na política de gestão adotada pela estatal, se não houver, de fato, compromisso e respeito do Governo com a classe trabalhadora de Minas Gerais.
Nesse sentido, é inevitável o questionamento: Por que o Governo e a Cemig se reúnem com o Sindieletro no momento em que se aproximam as eleições e que surge, também, a greve dos educadores do Estado? Segundo Jefferson Silva, percebe-se que, ao longo do mandato do governador Pimentel, “o tratamento pontual da pauta de algumas categorias e movimentos teve mero objetivo de fragmentar a luta solidária entre os trabalhadores”.
Para o Sindieletro, essa estratégia não caberá. “Não deixaremos de apoiar a greve dos trabalhadores da educação e de outros setores do governo de Estado. A nossa luta é coletiva e solidária, é de toda a classe trabalhadora. Unidos, somos mais fortes. Para nós é muito claro: estamos com os movimentos sindicais e os movimentos sindicais estão com o Sindieletro”, concluiu o coordenador geral.