Durante a reunião dos representantes do Sindieletro com a Diretoria da de Geração e Transmissão (DGT), no último dia 23, o Sindicato cobrou esclarecimentos da empresa sobre o programa de remanejamento de trabalhadores para as usinas e as Sociedades de Propósito Específico (SPEs).
Participaram da reunião o coordenador geral Sindieletro, Jefferson Silva, os diretores Vander Meira, Fábio Ferreira, José Henrique Vilela e José Ricardo da Cunha. Pela Cemig participou o diretor da DGT, Franklin Moreira Gonçalves, e o superintendente, Cornélio Pereira.
O Sindicato questionou a urgência do programa e qual será o novo vínculo trabalhistados eletricitários que aderirem à proposta. A empresa disse que o trabalhador remanejado será cedido às SPEs, mas ficará com o mesmo contrato de trabalho na GT. O incentivo anunciado pela empresa para quem aderir ao remanejamento será de pagamento de 30 dias de hotel, custeio das despesas com mudança e dois meses de aluguel, mantendo faixa salarial e chance de acesso a nova carreira no PCR na GT.
A empresa afirmou que não haverá mão de obraterceirizada na operação dessas usinas e que o treinamento de profissionais da Distribuição será mais rápido em função do conhecimento que os efetivos já têm do sistema de potência elétrica.
Sem pressão
O Sindicato questionou que medida a Cemig pretende adotar caso os pré-candidatos inscritos para o programa não preencham os 50 postos de trabalho abertos para a seleção de operadores, eletricistas e mecânicos das usinas e SPEs. A empresa garantiu que não haverá pressão para que o trabalhador aceite transferência, nem terceirização na SPEs, mas não anuncia seleção interna e nem concurso público para preencher vagas novas na GT. A categoria vai ter que continuar atenta para evitar que a Cemig volte atrás nesse comprmisso.
Riscos de privatização
Na avaliação de Jefferson Silva, é importante a Cemig afirmar que não haverá terceirização nas usinas, mas é preocupante que a empresa se omita em pontos centrais do remanejamento de eletricitários. “Precisamos saber se a Cemig não estaria despindo um santo para vestir outro”, questiona.
O coordenador do Sindicato destaca que a empresa não fala sobre o risco de fechamento de localidades por causa das transferências e também não inicia os debates da mesa de primarização. “A reestruturação da Cemig precisa ser debatida com os sindicatos para evitar que a empresa, que acaba de renovar a concessão da Distribuição, aprofunde a terceirização para baratear custos. Dessa forma, a Cemig corre o risco de descumprir metas das Aneel o que poderia levar à venda da distribuidora”. Lembramos que essa privatização seria extremamente nociva para a população e trabalhadores.