Na manhã da quarta-feira (11), no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), diversas categorias de servidoras e servidores públicos estaduais realizaram ato pela justa remuneração. Foi nesse dia que começou a tramitar efetivamente o projeto de política remuneratória do governador Romeu Zema (Novo), que prevê reajuste total de 41,7% apenas para a segurança pública. O ato simbolizou a unificação e a solidariedade da classe trabalhadora e fortaleceu as lutas de servidoras e servidores públicos estaduais e federais.
A manifestação contou com a participação, entre outras categorias, de eletricitárias e eletricitários, educadoras e educadores - que paralisaram as atividades na terça-feira (11), reivindicando igualdade de tratamento do governo estadual para todos os servidores, pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional da Educação, defesa do emprego e pelo direito de uma educação pública de qualidade social -, servidoras e servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), petroleiras e petroleiros, trabalhadoras e trabalhadores dos Correios, também em greve.
Jairo Nogueira Filho e outros dirigentes da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), reafirmaram o apoio da Central e de toda base CUTista às reivindicações das categorias, às greves e mobilizações contra os ataques aos direitos e conquistas de servidoras e servidores, o sucateamento do serviço público, as demissões e ao processo de privatização em andamento no país.
Educação
Na manhã da quarta-feira (12), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) marcou o segundo dia de greve com luta em defesa do Piso Salarial Profissional Nacional e em unidade com o funcionalismo público.
Trabalhadoras e trabalhadores, vindos de várias partes do Estado, fizeram uma vigília para a votação do Projeto de Lei 1.451/2020 na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (CFFO), proposto pelo governador Romeu Zema e que reajusta os vencimentos da Segurança Pública. A reunião de apreciação não aconteceu e os profissionais do ensino público estadual reivindicaram a inclusão da Educação na política de reajuste salarial do governo do Estado.
Seguindo em passeata pelos corredores da Assembleia Legislativa, a categoria, mais uma vez, exigiu isonomia na apresentação de propostas de reajustes na remuneração e realizou um ato unificado na porta da Casa. Junto aos petroleiros, servidoras da Saúde e dos Correios, o funcionalismo público mineiro reafirmou a importância da unidade para que o governador atenda às pautas de reivindicações e negocie, de maneira igualitária, com todos e todas servidoras públicas.
“Nosso sindicato representa 80% do funcionalismo público estadual. Nós estamos negociando há um ano com o governo do estado, nunca fomos recebidos pelo secretário de Governo, pelo secretário de Fazenda, só nos reunimos com Seplag e Secretaria de Educação. O governo sabe da nossa pauta há um ano. Reivindicamos o cumprimento da Lei 21.710 e da Constituição do Estado e nunca tivemos resposta. As pessoas tentam dar uma falsa ideia de que nós da educação estamos contra o reajuste da segurança pública e isso não é verdade. O que nós queremos é que o reajuste seja estendido a nossa categoria. E que o governo faça uma política isonômica com as categorias profissionais. A situação que o governo está a sociedade de Minas Gerais é muito difícil. O que o governo está colocando no palco da discussão é a sociedade tem que escolher: quem é mais importante, o bombeiro militar ou a professora? A escolha é difícil de ser feita, pois todo servidor tem sua tarefa. Sabemos o valor que cada categoria profissional tem. E o governo trouxe esta discussão de uma maneira ruim”, disse Denise de Paula Romano, coordenador-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG).
“A responsabilidade de tudo isso é do governo do Estado, que não soube estabelecer um processo de negociação com todas as categorias. Além destes problemas, enfrentamos ameaça do governo de utilizar meios jurídicos de declarar inconstitucional nosso piso. É por isso que nossa greve está acontecendo, pela absoluta falta de habilidade do governo de atender as nossas pautas”, denunciou Denise Romano.
Fonte: CUT/MG