Sindieletro participa de curso em ‘vida, saúde e trabalho’



Sindieletro participa de curso em ‘vida, saúde e trabalho’

Nas últimas décadas o mundo do trabalho vem atravessando profundas mudanças. A automação do processo de produção e os programas de qualidade avançam cada vez mais, eliminando postos de trabalho. Surgiram novos conceitos de gerenciamento e controle do empregado, com a fixação de metas, premiações, avaliações de desempenho, e o trabalho se tornou cada vez mais subjetivo.

Nesse novo conceito gerencial os trabalhadores foram substituídos pela figura do “colaborador” e eles competem entre si para aumentar a produtividade da empresa. O controle, que antes era feito pelo gerente, passou a ser feito pelo próprio empregado, uma espécie de autocontrole, fragilizando os laços de companheirismo e o fortalecimento do individualismo. Todas essas mudanças aumentaram o adoecimento nas empresas e os trabalhadores passaram a se sentir culpados.

Para entender todas essas mudanças e intervir de forma positiva, diretores e assessores do Sindieletro, com outras lideranças, como as dos metalúrgicos e do setor da alimentação, participaram, entre os dias 6 a 8 de julho, na Escola Sindical Sete de Outubro, do primeiro módulo do curso de formação de monitores em saúde do trabalhador, promovido pela Rede Vida Viva.

Criada em 2002, a Rede Viva Vida é formada por ativistas sindicais em saúde do trabalhador e busca o fortalecimento do sindicalismo de base, para discutir a relação vida, saúde e trabalho e as contradições das empresas.

De acordo com a monitora do curso, Mara Lira, é preciso dialogar e dar voz ao trabalhador para saber o que ele pensa sobre a vida, saúde e o trabalho.

Mara Lira afirmou que a saúde é discutida pelo viés da ‘monetarização’, como, por exemplo, o aumento do valor das horas extras e adicionais de periculosidade. A saúde também não é um tema atraente para os trabalhadores e os sindicatos encontram muitas dificuldades em discutir o assunto com as empresas e suas bases. “A atuação dos sindicatos, na maioria das vezes, está na reparação da saúde, mas o foco deveria ser a prevenção, por isso é importante investir na formação”, disse.

Um dos planos de ação da Rede Viva Vida é exatamente romper com o conceito de que o trabalhador é o responsável por seu adoecimento.
Muito pelo contrário, o aumento das doenças no ambiente de trabalho está diretamente ligado às mudanças implantadas pelas empresas e que incentivam a competição entre os trabalhadores.

Para o diretor do Sindieletro na Regional Oeste, Sebastião Alves de Oliveira, participar do curso possibilitou criar um novo ponto de vista sobre o adoecimento dos trabalhadores. Ele se sente, agora, mais apto a ajudar os eletricitários.

“Muitas vezes privilegiamos o lado econômico nas negociações coletivas, em detrimento da saúde dos trabalhadores”, afirmou.

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