Sindieletro não aceitará negociação unilateral na PLR 2023



Sindieletro não aceitará negociação unilateral na PLR 2023

A reunião de negociação da PLR 2023, realizada na tarde desta quarta-feira (7), girou em torno da recusa da representação da Cemig em debater a PLR 2022. A insistência em seguir com um processo negocial fajuto, impondo pautas a serem debatidas, foi criticada logo no primeiro momento pelo coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada.

“Eu gostaria de protestar sobre a forma deselegante de iniciar a reunião, apontando que não falaremos mais da PLR 2022. A Cemig não vai mais falar da PLR 2022, mas a empresa não pode iniciar um processo de negociação pautando o que nós vamos colocar em mesa. O que está havendo não é um processo de negociação em nenhum lugar do mundo. Fiz essa pergunta na primeira reunião e repito agora: O processo de negociação para a PLR 2023 vai se equiparar ao processo de negociação da PLR 2022? Porque isso dirá muito sobre as assembleias que vamos realizar”, afirmou.

Emerson relembrou a deturpação do conceito de negociação que vem sido realizada nos últimos anos na Cemig: “Uma questão é ir para categoria e propor um debate maduro e transparente a respeito da construção de um acordo de PLR. Outro caminho é ir para os trabalhadores e dizer que a empresa propõe um bônus de desempenho; a empresa determina qual é a taxa de desempenho e qual é o bônus. Isso não é PLR”.

O diretor de Formação e Saúde do Sindieletro, Geovan Aguiar, pontuou que o conceito da própria PLR também tem sido cooptado. “Quando colocamos um valor fixo na PLR, deturpamos o que é a PLR: a participação no lucro da empresa e outros resultados. É uma integração, não é um abono. No formato que a empresa apresenta, ela ignora o que é previsto na lei”, disse, acrescentando que os resultados positivos de uma PLR justa para os trabalhadores também têm sido ignorados pela gestão Zema na Cemig.

A reunião seguiu com a apresentação dos resultados dos indicadores apresentados para o cálculo da PLR 2023. João Paulo Vaz e Jefferson Adão trouxeram os indicadores corporativos e a performance de cada um deles, além dos específicos. Geovan Aguiar trouxe outro questionamento: “Vocês apresentam a PLR 2023 nos mesmos moldes que a categoria rejeitou, que a categoria não quis. A Cemig ignora a legislação de PLR com metas ocultas e indicadores que não temos conhecimento. E agora que não conversam mais sobre a PLR, vocês vão apresentar os indicadores? Isso deveria ter sido acompanhado. O trabalhador deveria poder acompanhar para poder, de fato, intervir nos resultados e conseguir as melhorias que trazem benefício direto para a empresa”, explicou.

Após a apresentação dos indicadores, Emerson Andrada reiterou que a falha da Cemig “não é só não negociar. A Cemig sequer deu ciência às entidades sindicais sobre quais indicadores ela escolheu. A Cemig pode colocar isso nos termos, afirmar para a lei, órgão reguladores e a fiscalização da receita, mas na prática isso não é um processo negocial”. Emerson também relembrou que, por tradição, o Sindieletro se rebela contra injustiças e vai problematizar a PLR 2022 sempre que acharmos necessário.

 

 

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