Na última semana o Sindieletro cobrou insistentemente esclarecimentos e diálogo da Cemig sobre o programa de remanejamento de trabalhadores para as usinas e sobre as Sociedades de Propósito Específico (SPEs). Finalmente, a reunião com a Diretoria de Geração e Transmissão (DGT) será realizada nesta quarta-feira, 23, às 16 horas.
Apesar do calendário apressado que a Cemig apresentou para o remanejamento, faltam muitas informações sobre o futuro do trabalhador que aderir ao programa. O Sindicato procurou o RH/RS para saber como ficará o vínculo trabalhista dos eletricitários que aceitarem a transferência e quais as chances de progressão na carreira serão oferecidas a eles. O representante da empresa, Lucas Lanna, afirmou que o eletricitário continuará fazendo parte do grupo Cemig e contando com acordo de trabalho único, mas confirmou que ainda não esta definido a qual empresa os transferidos estarão vinculados.
Diante da falta de informações, o Sindieletro tem questionado a realização do programa e orientado aos eletricitários para que, antes de qualquer decisão ou de assinar algum documento, aguardem detalhes do programa de remanejamento para não serem prejudicados no futuro.
Na avaliação do Sindicato, o programa, promovido sem nenhum diálogo e atropelando as mesas de negociação, pode ser parte da estratégia da Cemig para fechar localidades da Cemig D e preparar privatização pela beirada.
Fechamento de localidades
Há setores da empresa que, por causa das políticas de terceirização, centralização e pela ausência de seleção interna na Cemig, está com quadro deficitário e que precisam ser recompostos. Qualquer remanejamento, se não for feito com planejamento e cuidado pode representar, além de prejuízos para os trabalhadores, o desmanche de equipes de eletricistas em regiões já penalizadas pela falta de trabalhador do quadro próprio. Essa discussão está sendo proposta pelo Sindicato há muito tempo e não pode mais ser adiada.
Lembramos que, logo após as negociações do último ACT, o Sindieletro enviou ofício para a Cemig cobrando a discussão de aspectos diretamente ligados ao remanejamento, contemplados pelas mesas temáticas de PCR e Primarização. Sem iniciar esses debates previstos no Acordo, a tentativa de Cemig de promover os remanejamento parece ser um artifício empresarial para fugir dessa discussão ou, o que é pior, ainda, ser um atalho para desativar equipes próprias, aprofundando a terceirização, precarizando serviços e diminuindo custos. Tal estratégia reforçaria a tese de privatização da Cemig pela margem, que a categoria combate e denuncia, tanto da geradora quanto da distribuidora.