Cemig e privatização são temas que voltaram a discutidos pela categoria eletricitária nos últimos tempos. Esse debate ganhou novos elementos depois que a imprensa passou a noticiar a possibilidade da Cemig Distribuição perder a concessão de operação devido a processos administrativos movidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O Sindieletro recebeu diversos questionamentos da base sobre o assunto e procurou todos os envolvidos. Enviamos, no início de junho, ofícios à agência reguladora e à gestão da Cemig, cobrando esclarecimentos sobre o assunto, mas não obtivemos qualquer retorno.
No último dia 24, após reunião com o deputado Federal Rogério Correia (PT), conseguimos que o parlamentar entrasse na discussão e enviasse, através do seu gabinete, um ofício à Aneel solicitando um posicionamento urgente sobre o tema. O Sindieletro também enviou documento à Agência cobrando o mesmo parecer.
Devido à gravidade do assunto, trabalhadores (as) da Cemig e a sociedade mineira estão apreensivos. E não é por menos: a falta de transparência e diálogo por parte do Governo Estadual e da gestão da Cemig tem sido absurda.
Em matéria divulgada pelo jornal O Tempo no dia 11 de junho, o deputado Federal Weliton Prado (PROS) chegou a dizer que poderia existir um jogo de cartas marcadas, com participação da gestão da Cemig, para privatizar o braço de distribuição da Cemig. Eis o que disse o parlamentar: “É estranho a Cemig não ter reagido, provavelmente porque quer a privatização do setor, e sabem (membros do governo) que não possuem os votos necessários na ALMG (...)”.
Após realizar uma pesquisa no site da Aneel, encontramos dois processos administrativos em aberto relacionados a indicadores de continuidade dos serviços na distribuição: o primeiro, com número 48500.005043/2017- 23, com data de notificação de 29/12/2017; o segundo, com número 48500001559201880, com
data de notificação de 8/8/2018.
“Não se pode afirmar que o conteúdo das matérias seja, de fato, ligado aos processos elencados acima. Mas o conteúdo divulgado pela imprensa nos leva a crer que sim”, avalia o coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Silva.
“O mais importante, neste momento, é cobrar, exigir mesmo da gestão da Cemig e do Governo do Estado um posicionamento sobre o assunto. Eles devem isso aos trabalhadores e à sociedade. Zema precisa saber que ele não está na sua empresa, mas num cargo público onde ele deve prestar contas ao povo”, finaliza Jefferson.