Após reunião junto aos deputados de oposição, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG) informaram que as manifestações previstas para os próximos dias estão mantidas. Além disso, as entidades vão recorrer da liminar da Justiça que proibiu protestos em todo o Estado durante a Copa das Confederações.
Segundo a presidente do Sind-UTE e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira, os servidores não precisam se preocupar porque as sanções previstas na decisão judicial são váliadas apenas para os sindicatos. A medida prevê que, em caso de descumprimento da determinação, as entidades estarão sujeitar à multa diária de R$ 500 mil. Além disso, Beatriz Cerqueira garantiu que vai denunciar o governador Antonio Anastasia por crime contra a organização do trabalho junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Já o representante do Sindpol, Denilson Martins, afirmou que o ato de manifestar é tão essencial quanto respirar e que o governo não pode impedir a greve dos trabalhadores. "A adesão da categoria, que até agora era de 70%, passará a 100% depois dessa decisão do governo", garantiu.
Os servidores da Polícia Civil já fizeram cartazes em inglês e espanhol para que os turistas que estiverem em Belo Horizonte durante a Copa das Confederações possam entender as reivindicações da categoria. "Nós vamos mostrar para os turistas que estão em Minas Gerais que tipo de tratamento o governo do Estado dá para a segurança pública."
Denilson Martins se queixou do efetivo da Polícia Civil. "Nós temos o mesmo efetivo da década de 80. A Criminalidade violenta aumentou no Estado e estão tentando impedir que falemos essa realidade."
Os parlamentares presentes na reunião também criticaram a liminar da Justiça. Segundo o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), o governo está tentando equiparar as manifestações populares a atos de terrorismo. Além disso, o parlamentar não é favorável ao valor da multa imposta às entidades que descumprirem a decisão. "R$ 500 mil equivale ao salário diário de 11 mil professores" comparou.
A previsão é de que as manifestações de professores e policiais civis sejam unificadas. Além disso, as categorias ganharam apoio tambem do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) e Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), que devem reforçar os protestos na capital mineira.
No calendário do Sind-UTE, o próximo protesto está marcado para segunda-feira (17), a partir das 13 horas, com concentração na Igreja de são Francisco, na Pampulha. Outras manifestações estão previstas também para os dias 18, 22, 26 e 27 de junho.