Sindicato dos Metalúrgicos defende reestatização da Embraer



Sindicato dos Metalúrgicos defende reestatização da Embraer

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos divulgou no sábado, 25, nota defendendo que a Embraer seja reestatizada. A nota foi divulgada após a norte-americana Boeing anunciar a desistência da compra da empresa brasileira.

A Boeing tinha até a meia noite de sexta-feira, 24, para concluir o contrato de aquisição da Embraer e, na manhã deste sábado, confirmou a rescisão do contrato.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos, “a rescisão do acordo de compra da Embraer pela Boeing, anunciada neste sábado (25) pela empresa norte-americana, é uma reviravolta em uma transação marcada pelo desprezo aos interesses nacionais e dos trabalhadores”.

“O fim desse acordo é, principalmente, uma vitória do povo brasileiro e da soberania. O conhecimento acumulado pela indústria nacional de ponta não será, enfim, usado como moeda de troca nessa transação comercial espúria”, diz ainda a nota, que segue:

“Desde o início, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos posicionou-se contrário à venda porque a Embraer é um patrimônio nacional estratégico para o país e não precisa de aliança com parceiros internacionais para sobreviver.

Na transação que estava em curso, prevaleciam exclusivamente os interesses da Boeing, que pretendia sugar todo conhecimento e potencial da Embraer.

O processo de venda custou à empresa brasileira R$ 485 milhões em 2019, segundo demonstrativo financeiro da própria Embraer. Exigimos que este prejuízo seja ressarcido pela Boeing.

O próprio governo Bolsonaro agiu de forma criminosa ao aprovar a entrega da Embraer para a Boeing. Se a venda já tivesse se consolidado, neste momento de crise certamente a nova proprietária da Embraer realizaria demissão em massa ou simplesmente encerraria as atividades no Brasil”.   

A entidade defende “que o governo brasileiro cumpra o seu papel em favor da nossa soberania e reestatize a Embraer para que, diante dos efeitos colaterais a serem provocados pela ruptura do acordo, agravados pelas consequências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus, os empregos e direitos dos trabalhadores sejam preservados integralmente.

Neste momento, é imprescindível que seja garantida a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores da Embraer, que especialmente agora passam pelo medo do desemprego.

A alta capacitação dos trabalhadores fará a diferença em favor de uma empresa alinhada com os interesses verdadeiramente brasileiros e que não submeta o destino da vida de milhares de trabalhadores à perversa lógica do lucro.

A Embraer nasceu como uma empresa nacional e assim continuará”, finaliza a nota do Sindicato.

Fonte: Hora do Povo 

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