Durante a reunião setorial em Betim, no dia 11, o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, denunciou que a Cemig vem transformando denúncias de irregularidades contra os trabalhadores em processos punitivos conduzidos de forma autoritária por ex-policiais contratados pela empresa. “ A exclusão dos representantes dos trabalhadores dessas sindicâncias compromete o direito de defesa dos eletricitários, enquanto chefias e empreiteiras são protegidas pela Cemig,” denunciou.
Na Itambé, a categoria foi convocada para realizar uma Operação Padrão, em solidariedade aos companheiros demitidos e afastados pelas sindicâncias impostas por arapongas da Cemig, sem a participação do Sindicato. Na sindicância contra dois trabalhadores de Ponte Nova, a empresa decidiu demiti-los por justa causa com o argumento de que eles descumpriram procedimentos de trabalho. E é justamente sobre os procedimentos que o Sindicato propõe a Operação Padrão. Que todos os trabalhadores só executem suas tarefas obedecendo radicalmente os procedimentos. Só vão realizar o que está previsto nas atividades e normas de trabalho.
O Sindieletro informou também que já recorreu de todas as sindicâncias abertas, foi à Assembleia Legislativa denunciar as arbitrariedades da Cemig, está envolvendo a CUT e recorrerá a todos os espaços cabíveis para impedir demissões, punições e perseguições.
O Sindieletro também critica que na Cemig tem dois pesos e duas medidas: contra trabalhadores abre sindicância e demite, impedindo a participação do Sindieletro, e não faz nada para solucionar as diversas denúncias apresentadas pelo Sindicato de irregularidades como, descoberta de rede clandestina da Cemig e desvio de medidores e outros materiais de almoxarifado da empresa.
O coordenador da Regional Metalúrgica, Ronei Cardoso da Cunha, lembra que o processo de perseguição a trabalhadores começou com as demissões de companheiros da Cemig na Itambé e de um companheiro do Triângulo. O Sindicato foi à Justiça e conseguiu a reintegração. Depois, evoluiu para demissões aos 55 anos. Novamente, buscamos a Justiça e garantimos a reintegração de vários trabalhadores. Agora, são as demissões por sindicância.
“É a nova modalidade de perseguir e punir trabalhadores. Isso de sindicância pode se tornar uma epidemia na Cemig, nós temos o papel de lutar contra e impedir. Vamos ser solidários aos companheiros perseguidos, vamos participar da Operação Padrão”, destaca.